A dívida bruta do Brasil chegou a R$6,153 trilhões ou 85,5% do PIB em maio, apesar do superavit primário de alguns governos estaduais e empresas estatais. Os economistas se preocupam com o problema que pode causar alta na taxa de juros e nos impostos.
No primeiro semestre, o déficit primário chegou a R$ ~402 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 5,740 bilhões, no mesmo período de 2019. Esse déficit é o maior da série histórica.
Ao mesmo tempo em que a dívida sobe, a arrecadação cai para níveis recordes. A arrecadação dos estados caiu 6% no primeiro trimestre em comparação com 2019.
De acordo com o economista Richard Rytenband, é otimismo esperar por taxa de juros baixa por muito tempo sem um amento de carga tributária.
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— Richard Rytenband (@RRytenband) August 3, 2020
Gráfico desde 1995 do déficit nominal dos últimos 12 m (inclui juros da dívida) em relação ao PIB
O dado referente a junho é de -11,38% do PIB!
Quem acredita em juros baixos por muito tempo e reforma tributária sem aumento de carga tributária é mais do que um otimista. pic.twitter.com/1QRt6mptOk
E o economista complementa:
“A situação fiscal está se deteriorando desde 2010. Faça uma análise da estrutura das despesas obrigatórias e sua dinâmica. E acrescente as novas que querem tornar permanentes.”
Aumento da carga tributária:
O governo enviou recentemente uma proposta de reforma tributária que, em conjunto com a implementação da nova CPMF, tornaria o país com o Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) mais caro do mundo, uma taxa de 32%, segundo Kelber Cabral – presidente do Sindifisco.
Em comparação, o IVA da Noruega, Dinamarca e Suécia não passam de 25%.
Outra opção, não descartada por Paulo Guedes, seria imprimir dinheiro
“Bom, economista não tem que ter dogma, é muito fácil fazer inversão de marcha. Se cairmos em uma armadilha de liquidez, em um cenário de inflação zero, o Banco Central pode sim emitir muita moeda e comprar dívida interna. Pode monetizar a dívida, sem gerar impacto inflacionário”, afirmou Guedes, em audiência pública da Comissão Mista do Congresso
Uma terceira medida, já descartada pelo Congresso mas que pode voltar a qualquer momento, é o confisco de dinheiro ou “empréstimo compulsório”. Explicamos como isso pode acontecer no post: “Governo brasileiro se prepara para confisco de dinheiro“.