Edward Snowden, ex-agente da CIA e denunciante dos abusos da NSA, lançou seu primeiro NFT que já conta com lances e será usado para ajudar a Freedom of the Press Foundation – entidade que luta pela liberdade de imprensa pelo mundo.
A arte intitulada “Stay Free” foi disponibilizada como uma NFT nesta quinta-feira pela plataforma de curadoria artística Foundation.app. Ela apresenta um mosaico com um retrato de Edward tirado pelo fotografo Platon entre páginas da decisão judicial que tornou ilegal a espionagem em massa da NSA.
Todos os fundos levantados serão 100% destinados à Freedom of the Press Foundation, organização em que Edward faz parte como presidente do conselho diretor desde 2016. Até o momento, o maior lance para levar o que talvez seja a primeira e única obra de Snowden é de 5,202 ethers ou pouco mais de R$60.000,00.
Espionagem até no Brasil
A NSA é uma agência governamental dos Estados Unidos fundada secretamente na presidência de Harry Truman em 1952, sem o conhecimento do Congresso ou do público. Ao longo dos anos ela adquiriu o papel de espionagem dentro e fora do país, utilizando coleta de dados em massa sem autorização judicial, quebra de algoritmos criptográficos e backdoors.
Em 2013, com os vazamentos de Snowden, foi revelado que a agência monitorava até mesmo a então presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores. Com ajuda do jornalista Glenn Greenwald, Edward vazou documentos ultra-secretos da NSA e começou a ser perseguido pelo governo dos EUA.
Atualmente, o ex-agente secreto vive escondido na Rússia como asilado político.
“Somos gratos pelo impacto contínuo da denúncia de Snowden, e talvez não haja melhor lembrança desse impacto do que a primeira decisão sobre os programas que ele expôs”, disse o diretor executivo da Freedom of the Press Foundation, Trevor Timm. “Estamos muito entusiasmados em usar os lucros deste leilão para ajudar a promover nosso trabalho desenvolvendo e melhorando a tecnologia que pode proteger jornalistas e suas fontes, como o SecureDrop, nosso sistema de submissão de denunciantes de código aberto.”
