Em nota assinada pelo governador do banco central de Zimbábue, o Reserve Bank decidiu suspender as atividades de aplicativos de pagamento. Pagamentos online foram imediatamente bloqueados, com algumas exceções como para contas de água e luz.
Mesmo dentre as exceções, um limite foi estabelecido e os pagamentos somente podem ser liquidados pelo sistema bancário. Até mesmo a bolsa de valores do país foi afetada, tendo as negociações travadas.

A questão dos desbancarizados e o Bitcoin
As medidas sem precedentes do banco central tem como justificativa a proteção do consumidor em aplicativos que, supostamente, tem sido usados para criar instabilidades e insuficiências na economia.
No entanto, a EcoCash, solução para pagamentos mobile, indica que mais de 5 milhões dos seus usuários nem mesmo tem contas em banco, o que tornaria a vida deles bastante difícil sem alternativas.
A medida que tinha intenção de ser uma “proteção” da moeda nacional e o sistema bancário tradicional parece estar falhando, já que os zimbabuenses correram para o Bitcoin.
Pelo menos é o que indica o portal local Bitcoinke, que sugere que a cotação do Bitcoin disparou para 18% acima do preço de mercado de outros países. Inclusive a EcoCash é frequentemente usado para comprar a criptomoeda.
Como uma solução que não requer permissão de órgãos centrais, o Bitcoin oferece uma alternativa muito real para os cidadãos que veem seus métodos de pagamento sendo altamente regulados e limitados.
Além disso, a tecnologia blockchain garante que as transações sejam irreversíveis e os bitcoins são impossíveis de se falsificar. A impressão em massa de moeda fiat é um problema conhecido do país, que já viu sua moeda nacional colapsar por quatro vezes antes disso.

Desta vez, a inflação disparou 750% e o mercado de ações valorizou, indicando que as pessoas correram para ativos que não a moeda nacional. Isso reforça a ideia de que ações de boas empresas, bitcoin e terra serão melhores que moedas fiat, como disse o gestor do Fundo Verde em uma live.