Jerome Powell, presidente do Banco Central dos EUA (o FED), fez uma live respondendo a dúvidas de jornalistas e indicando o futuro das políticas monetárias da maior economia do mundo.
A autoridade monetária disse que manterá as políticas monetárias atuais, ou seja, taxa de juros baixa entre 0% e 0,25%, política fiscal relaxada até o final da crise ou mesmo depois dela.
O FED usará “todas as ferramentas necessárias para apoiar a economia”. Perguntado sob a situação após a crise, Jerome admitiu que será necessário algum programa para ajudar as pessoas com menos qualificação profissional, mas que isso depende do legislativo norte-americano.
“Mesmo se a reaburtura for bem, ainda demorará muito tempo até as pessoas se sentirem confortáveis… Ainda haverá uma necessidade de auxílio”
Isso indica que o FED acha que não teremos uma recuperação rápida – a chamada recuperação em V ou “símbolo da Nike”.
Alimentação cara, mas inflação abaixo do normal
Jerome assumiu que a alimentação do cidadão norte-americano ficou mais cara. Contudo, ele acredita que isso não é relacionado a recente impressão de trilhões de dólares e sim com a cadeia de suprimentos.
Como mostramos anteriormente, o covid19 quebrou parte da cadeia de suprimentos da carne nos EUA, fechando diversos frigoríficos e matadouros. A situação parece ter melhorado, mas os preços ainda estão altos.
“As prateleiras dos supermercados estão vazias, os preços da carne bovina e suína estão subindo e os agricultores foram forçados a destruir dezenas de milhares de animais.”, afirmou uma matéria da Bloomberg.
Por esse motivo, mesmo com a alta na alimentação, os programas de auxílio continuarão e mais uma vez, Jerome deixou muito claro que o “crédito e liquidez [do FED] são virtualmente ilimitados”.
Perguntado sobre a crescente quantidade de dinheiro na economia, Jerome achou que os níveis estão normais para uma circulação de moedas tão baixa:
“A quantidade de moedas está certa, mas a circulação está baixa”, afirmou Powell.
Abaixo, podemos ver o total de dinheiro na economia dos EUA desde o final da década de 90. Repare no salto de dólares em circulação dos últimos meses, isso aconteceu pois o FED vem adicionando ao menos 1 trilhão de dólares à economia por mês desde o ínicio da pandemia:
Ele também acredita que o país lutará por um longo tempo contra pressões deflacionárias e não contra a inflação, como muitos economistas austríacos acreditam:
“Eu acho que por um longo tempo lutaremos com pressões deflacionárias e não inflacionárias”, disse Jerome.