Em menos de 3 anos de governo Bolsonaro, o Brasil expandiu a base monetária em mais de 72,3 bilhões de reais. A mesma quantidade só foi emitida pelo governo Lula em 7 anos de mandato.
O ganhador das eleições de 2018 não foi Ciro Gomes, mas as impressoras seguiram a todo vapor, batendo até mesmo a impressão de dólares no mesmo período, de acordo com dados da Bloomberg.
Conforme o próprio Banco Central do Brasil revelou, o meio circulante estava por volta de R$ 264,96 bilhões em 31 de dezembro de 2018, um dia antes da posse de Bolsonaro. Em 31 de maio de 2021, o país conta com R$ 337,27 bilhões de base monetária, um aumento de 72,31 bilhões de reais ou cerca de 27,3%.
Durante os 3 primeiros anos do governo Lula, foram R$ 20,1 bilhões emitidos pelo BC, representando uma expansão monetária de 40,26%. Ou seja, apesar do atual governo aumentar a base monetária de forma mais expressiva nominalmente, o aumento percentual do governo Lula foi mais relevante.
O gráfico de base monetária restrita acima considera a quantidade de papel moeda emitido no período analisado mais as reservas bancárias.
300 bilhões
Vale notar que a Teoria Monetária Moderna, recentemente adotada por bancos centrais ao redor do mundo, ganhou força com a pandemia de covid-19, o que resultou em uma expansão monetária mais intensa das moedas fiduciárias em geral.
O ex-presidente Lula, no entanto, não ficou satisfeito com o resultado do atual governo e expressou sua opinião. Em vídeo, afirmou que se fosse o presidente da República agora, teria alargado a base monetária do país em 300 bilhões de reais “só para gastar com coronavírus”.
Isso seria praticamente dobrar a base monetária do Brasil, um dos resultados seria uma dívida ainda maior para o país. Se dividirmos a dívida pública para cada brasileiro atualmente, estimamos que cada novo brasileiro nasce devendo R$ 30 mil ao governo.
Mas outro problema deriva do efeito Cantillon, que explica as diferentes consequências do crescimento da oferta monetária para cada um. Os primeiros a terem acesso ao dinheiro recém-criado são beneficiados, enquanto os últimos a verem a cor do dinheiro terão o poder de compra corroído.
Os economistas austríacos enxergam o dinheiro como um bem, assim como qualquer outro, e, dessa forma, a redução da sua escassez resulta na diluição do seu valor. De forma contraintuitiva, mais dinheiro acaba não significando mais riqueza no país.
Os preços dos produtos e serviços apenas tendem a subir com a impressão massiva de dinheiro novo. Não sabemos como estaria a economia com outro governante no poder, podemos apenas especular.
Mas qual a sua opinião sobre o aumento da base monetária em níveis sem precedentes? Deixe seu comentário logo abaixo do artigo.
Texto escrito com a colaboração de Bruno Haacke.