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Mercado brasileiro de bitcoin cresce 9 vezes em fevereiro enquanto real desaba

preço do bitcoin no Brasil

Enquanto o real brasileiro continua descendo ladeira abaixo, com dólar chegando a bater R$ 5,73 em seu ponto mais alto, o mercado de Bitcoin continua crescendo a passos largos.

Mesmo com intervenção do Banco Central, vendendo 2 bilhões de dólares no mercado à vista, o real seguiu o movimento de queda após aumento de impostos e receios sobre “desidratação” de nova PEC. O mercado teme que o auxílio emergencial retome sem contrapartidas em cortes de gastos.

Do dia 31 de dezembro de 2020 a 26 de fevereiro de 2021, o real brasileiro foi a moeda que mais perdeu valor no mundo, superando a queda do peso argentino e peso colombiano.

desvalorização do real em comparação com outras moedas no mundo

Visto como uma espécie de bote salva-vidas por alguns, o Bitcoin oferece uma dinâmica radicalmente diferente das moedas fiduciárias. Com um sistema de consenso distribuído, as “políticas monetárias” não são controladas por autoridades, e o limite de oferta de 21 milhões de unidades é verificável por qualquer participante da rede.

E o aumento do interesse pela criptomoeda no Brasil é perceptível no mês de fevereiro, com crescimento de 849,82% em volume comparado ao mesmo período em 2020, de acordo com relatório do Cointrader Monitor. Mais de 36 mil bitcoins foram movimentados em exchanges brasileiras no mês passado, o que equivale a mais de R$ 9,2 bilhões de reais.

No dia 1 de fevereiro, o bitcoin era negociado a R$ 184 mil reais, enquanto fechou o mês em R$ 257 mil, enxergando uma subida de 39,48%, significativamente superior a alta do dólar de 3,8%. Mas em real, o preço do bitcoin certamente se beneficiou dessa desvalorização do real brasileiro, uma vez que o criptoativo é minerado principalmente no exterior é cotado em dólar.

Preço do Bitcoin no Brasil em fevereiro de 2021. Fonte: Cointrader Monitor.
Preço do Bitcoin no Brasil em fevereiro de 2021. Fonte: Cointrader Monitor.

Essa tendência do Bitcoin em estar de certa forma “dolarizado”, é possivelmente mais uma razão para o mercado brasileiro de criptomoeda crescer tanto em períodos de incerteza econômica. Apenas no dia 23 de fevereiro, o mais movimentado do mês, foram negociados R$ 183 milhões em bitcoin em corretoras nacionais.

O Bitcoin acaba se tornando uma alternativa ao real para reserva de valor, levando em conta que essa narrativa está crescendo em meio a adoção institucional do ativo digital. A Testa, Square, MicroStrategy e outras empresas listadas em bolsa já estão comprando bitcoin para compor parte dos seus tesouros, principalmente como proteção contra a inflação.

Veja também: Real pode afundar de vez se Bacen não agir, afirma economista

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