Em meio à crescente tensão no setor imobiliário da China, a Evergrande, gigante do ramo, revelou ontem que não conseguiu cumprir os requisitos da Comissão de Valores Mobiliários da China e da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma para emissão de novas notas. Esta revelação ocorreu no contexto de uma investigação sobre a Hengda Real Estate Group, subsidiária da Evergrande, acusada de suspeitas de violações na divulgação de informações.
Em meio à tempestade de contratempos, incluindo cancelamentos inesperados de reuniões com credores e uma reestruturação repentinamente revisada, o último obstáculo – a incapacidade de atender às qualificações do regulador para emitir novos títulos – põe em risco a reestruturação planejada de pelo menos $30 bilhões de dívida externa da Evergrande.
Esta onda de notícias negativas para a Evergrande levou a uma queda generalizada em todo o setor imobiliário chinês. Segundo índices da Bloomberg, as ações do setor imobiliário chinês tiveram a maior queda em nove meses, reduzindo sua avaliação em impressionantes $55 bilhões apenas este ano.
A situação se agravou ainda mais quando foi revelado que a Evergrande falhou no pagamento de principal e juros de um título onshore de 4 bilhões de yuans (aproximadamente $550 milhões) emitido em 2020. Esta notícia trouxe mais incertezas e preocupações para os investidores e o mercado imobiliário chinês como um todo.
No epicentro da crise, Xia Haijun, ex-CEO da Evergrande, e Pan Darong, ex-CFO, foram presos pelas autoridades chinesas devido a alegações de envolvimento em um escândalo bancário. Ambos foram fundamentais nas operações financeiras da empresa e renunciaram em julho do ano passado. As ações da Evergrande despencaram, causando grande alarme público.
Detalhes adicionais revelam que mais de 10 pessoas associadas à subsidiária foram presas ou detidas por supostos levantamentos ilegais de fundos. Esses fundos, presumivelmente, foram usados pela Evergrande para desenvolvimento imobiliário.
À medida que o cenário continua a se desdobrar, o mundo observa com cautela, esperando para ver o impacto total desta crise no já abalado mercado imobiliário chinês e potencialmente no cenário econômico global.
