A criptomoeda de privacidade, Monero, aparece sendo utilizada como dinheiro descentralizado em nova série da Netflix chamada “Desaparecimento na Noruega”, ou “The Lørenskog Disappearance”.
Desaparecimento na Noruega e adoção de Monero (XMR)
Uma minisérie norueguesa de 2021 ganhou espaço na plataforma de streaming, Netflix, em setembro de 2022 e chamou a atenção da comunidade cripto por um fato inusitado.
A criptomoeda líder em soluções de privacidade, Monero (XMR), é um “personagem” da minisérie “The Lørenskog Disappearance” ou “Desaparecimento na Noruega” e sua adoção no submundo dos crimes cibernéticos é retratado de forma clara pela polícia norueguesa que investiga um caso de desaparecimento (sequestro) e ransomware.
Na cena podemos ver o logo do projeto, com algumas descrições sobre ela e o comentário de um dos policiais sobre uma de suas melhores vantagens, que é o fato de não poder ser rastreada.
A cena do primeiro episódio de Desaparecimento na Noruega ocorre da seguinte forma:
“Eles estão pedindo nove milhões de euros para seu retorno seguro e para pagar em Monero.”

- “O que é isso?”
- “Uma criptomoeda que não pode ser rastreada.”
- “Certo.”
- “Você não sabia disso?”
- “Você sabia?
- “Não, mas você deveria [saber]”.

O que também chama a atenção no diálogo é que o policial nega saber a informação que ele acabou de fornecer, em uma espécie de “negação plausível” sobre o fato de não saber sobre a Monero, possivelmente para não se incriminar ou não dar mais informações sobre sua relação com XMR – algo que acontece muito em forma de “meme” na comunidade da moeda de privacidade, cuja intenção é proteger informações de seus usuários, seguindo fielmente o manifesto cypherpunk.
Mais informações sobre Monero voltam a aparecer em uma próxima cena:
- “Monero é construído para que seja impossível identificar o remetente e o destinatário. Monero é uma criptomoeda relativamente pequena [em capitalização de mercado], então levará tempo para conseguir uma quantia tão grande.”
- “Quanto tempo?”
- “Pelo menos dois meses.”

Nesta cena, os personagens de “Desaparecimento na Noruega” discutem sobre o fato de XMR ainda possuir uma capitalização de mercado pequena e um baixo volume de negociação, o que poderia dificultar a aquisição da quantia solicitada pelos criminosos, devido à liquidez de mercado.
Na série da Netflix, eles apresentam uma projeção de dois meses para juntar toda a quantia do resgate e no subreddit r/Monero, um dos usuários afirma que o valor de $9 milhões de euros poderia demorar alguns dias dependendo da estratégia de compra, para não influenciar tanto no preço spot de XMR, mas afirma que dois meses acabou sendo um exagero.
É interessante notar que este é um problema real para moedas de baixa capitalização e baixo volume, já que compras relevantes afetam o preço se feitas em um curto período de tempo.
Este ponto levantado pela série “The Lørenskog Disappearance” poderia fazer um forte argumento como tese de investimento para a necessidade de empresas, pessoas de interesse e, até mesmo governos, acumularem Monero (XMR) estrategicamente – com aplicação da estratégia de Preço Médio em Dólar (DCA) – com o objetivo de se preparar financeiramente para reagir com mais agilidades em casos como o retratado na minisérie, contra ataques de ransomware ou em “bug bounties”.
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