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#DeleteCoinbase – O lado negro da Coinbase, maior exchange dos EUA

coinbase darkside

A Coinbase, maior exchange de bitcoins dos Estados Unidos, está sendo boicotada. O motivo? Envolvimento com uma empresa que ajudou ditaduras, teve parte no assassinato de jornalistas e foi classificada como “inimiga da internet”.

Vamos explicar essa situação.

A #DeleteCoinbase começou a viralizar no Twitter após usuários descobrirem que a nova aquisição da exchange Coinbase, a empresa de análise de blockchain Neutrino, tem como fundadores ex-funcionários da Hacking Team.

Quem é Hacking Team?

Hack Team é uma companhia italiana que desenvolve e vende software de espionagem para todo tipo de governo.

Até aí tudo certo, a Microsoft te espiona 24/7 e você não liga. Mas o ponto é que esses softwares eram vendidos até mesmo para ditaduras brutais.

Alguns dos governos que a empresa fechou acordo

Se fosse apenas isso que o Hacking Team fez ao longo de sua existência já seria algo desprezível. Mas a situação fica muito pior.

Em 2015 foram revelados 400 GB* de dados da empresa italiana, incluindo troca de emails comprometedores e códigos fontes de softwares maliciosos.

Em um desses emails, Daniele Milan (desenvolvedora de software) diz em tom jocoso que se tivesse a quantidade suficiente de bitcoins iria usar um serviço da DarkNet para assassinar o ativista Christopher Soghoian.

Eu acho que é evidente que o Soghoian é um imbecil. Se eu pudesse reunir Bitcoin suficiente, usaria um serviço do DarkNet e o eliminaria. Um idiota desse calibre não merece continuar consumindo oxigênio.

Um dia depois de falar isso, o Twitter da Hacking Team ataca o bitcoin dizendo que ele é usado para transações ilícitas. O cúmulo da hipocrisia?

Nem um pouco, não para o Hacking Team!

Os “inimigos da Internet”

Por anos a companhia afirmou que não vendia software para ditaduras. Segundo a ONG Privacy Internacional, baseada em documentos do Wikileaks, eles não apenas vendiam para ditaduras mas também apoiavam tais regimes.

Durante a primavera árabe eles venderam software para o governo do Marrocos, que foi capaz de instalar malwares nos computadores de jornalistas e desmantelar protestos.

Calma lá, ainda não chegamos no principal! O Hacking Team sempre consegue se superar.

Segundo a revista Bitcoin Magazine eles até tiveram parte de culpa no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi na Arábia Saudita e na prisão do ativista Ahmed Mansoor nos Emirados Árabes Unidos.

Entre 2013 e 2015 mais de 40 governos contrataram serviços da empresa de espionagem, dentre eles Sudão, Marrocos, Cazaquistão e Arábia Saudita. Além das ditaduras citadas, o governo de Israel e a Polícia Federal do Brasil também fecharam acordos com os hackers. Claro, tudo para proteger a “soberania nacional”.

Tal foi a influência maléfica que eles tiveram sob os diretos humanos que os Jornalistas Sem Fronteiras chamaram o grupo de “um dos 5 principais Inimigos da Internet” em 2013, ressaltando o papel da companhia na perseguição de jornalistas.

Pois bem, já vimos que essa companhia não é flor que se cheire. Mas o que ela tem a ver com a Neutrino?

Três ex-membros do Hacking Team são fundadores da Neutrino, Giancarlo Russo, Marco Valleri e Alberto Ornagh.

O ex-COO da companhia italiana é o atual CEO da Neutrino. Seu nome é Giancarlo Russo, ele passou aproximadamente 5 anos como um dos líderes do Hacking Team.

São essas pessoas que estão responsáveis pelo KYC e análise de dados da Coinbase. E a empresa norte-americana sabe muito bem disso.

Milhares de usuários ficaram preocupados com a segurança e privacidade dos seus dados e fundos. Vale lembrar que a empresa italiana tinha um módulo de espionagem focado em localizar carteiras de bitcoin e outras criptomoedas, ele era capaz de descobrir as chaves criptográficas do usuário alvo.

Em entrevista para o site Cheddar.com, a diretora de vendas da corretora disse que a aquisição da Neutrino foi necessária, pois os antigos provedores estavam ” vendendo dados de clientes para fontes externas e foi atraente para nós obtermos controle sobre isso e ter tecnologia proprietária que poderíamos alavancar para manter os dados seguros e proteger nossos clientes”.

Não é de hoje

wikileaks julian assange
Julian Assange, fundador do Wikileaks

Se engana quem pensa que a Coinbase começou agora a se envolver com perseguição de jornalistas e ir contra a privacidade de seus usuários.

No ano passado o Wikileaks sofreu com o fechamento da sua conta, que era utilizada como solução para receber pagamentos da venda de camisetas e posters.

Veja os tweets mostrando a indignação do Wikileaks:

Na época, o fundador do Wikileaks pediu por um boicote da Coinbase. Segundo ele “um membro inadequado na comunidade cripo”.

Para complicar ainda mais a história, diversos usuários estão reclamando que não conseguem fechar sua conta da Coinbase, mesmo cumprindo os requisitos necessários. No que a Coinbase se transformou?

A Coinbase se transformou em tudo que é antagônico ao bitcoin, apoiar a supressão da mídia como fizeram ao Wikileaks, pagar pessoas que ajudaram a intimidar jornalistas e apoiaram ditaduras realmente não é o caminho correto.

Apesar de toda a repercussão, a Coinbase parece continuar firme com a empresa Neutrino.

Você faria transações na Coinbase depois dessas revelações? Deixe sua resposta nos comentários.

*Se você ficou curioso para saber como o Hacking Team teve seus documentos vazados, bom, veja esse post épico.


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