A web 2.5, como alguns teóricos defendem, é o caminho entre o atual mercado tradicional para a descentralização da web 3.0, e este foi um dos temas centrais da Blockchain Expo Global realizada em dezembro. Helo Passos, CEO da Trexx e empresária do setor de blockchain games na América Latina, junto ao NAVE, projeto de conteúdo para a comunidade brasileira sobre tendências globais de cripto, foi a correspondente na Feira.
O evento que acontece anualmente em Londres, a Tech Expo Global, reúne diferentes setores da tecnologia como Cloud, Cybersegurança, IoT, Big Data e Transformação Digital. O setor de blockchain contava com dois palcos principais: Blockchain for enterprise e Digital Tokenization Assets. Enquanto o palco Enterprises, com foco em negócios, reforçava a tendência de ferramentas de onboarding e usabilidade dentro de um processo para adoção massiva da blockchain no suporte da transformação digital na nova economia, o palco de tokenização, teve em voga principalmente o assunto da regulação e diretrizes globais para criptoativos.
De acordo com Daniel Paiva, advogado tributarista focado em criptoativos e sócio do escritório de advocacia VDV, o movimento de regulação global se divide em dois tipos de abordagem: Uma mais ampla/geral em que as normas são norteadas por princípios, isto é, permitem que o órgão regulador edite normas detalhando os tópicos previstos em lei, e a outra mais detalhada, por meio da qual a própria lei já traz um detalhamento praticamente exauriente sobre o tema. O Brasil optou pela primeira opção.
“Temos uma lei principiológica, cabendo o seu detalhamento aos veículos infralegais que serão editados pelos reguladores.”, comenta Daniel Paiva. E complementa “Importante assinalar que não se regula a tecnologia em si, como o Bitcoin por exemplo, mas sim os players envolvidos no mercado, denominados de prestadores de serviços de ativos virtuais (PSAV) ou virtual asset service providers (VASP), a grande preocupação refere-se a regras de conformidade e prudência para proteção de investidores e usuários.”
Na última semana, a lei que regula o mercado de criptoativos foi aprovada sem vetos.
Ainda nas tendências apresentadas na feira, o movimento das grandes indústrias utilizando da tecnologia blockchain para processos e cadeias produtivas, será ainda mais forte nos próximos anos.
“O que tenho visto a nível de mercado e indústria, são grande empresários e executivos de empresas líderes em seus segmentos, buscando entender cada vez mais sobre blockchain e como essa tecnologia pode impactar os modelos de negócios.”, comenta Ricardo Natale, CEO do Experience Club, uma das principais plataformas de executivos e networking do Brasil. Ele complementa “O que falta ainda, é a construção empresarial da cultura sobre esse movimento. Faltam os executivos colocarem mais em prática esses processos com blockchain”