Recentemente, entusiastas do Bitcoin Cash foram apresentados a um novo aplicativo que compete com o famoso serviço de assinatura de conteúdo OnlyFans. Focado em pagamentos em criptomoeda, o OnlyCoins é um serviço semelhante ao OnlyFans, que contém conteúdo adulto na plataforma, mas em vez de dólares paga em BCH.
Mais liberdade, mais dinheiro
O OnlyFans, com sede em Londres, basicamente permite que influenciadores ganhem dinheiro dos seus fãs oferecendo acesso aos seus conteúdos exclusivos. Além disso, podem receber gorjetas ou mesmo a oportunidade de criar conteúdos personalizados para os fãs mais próximos. No entanto, pelos serviços prestados, a plataforma fica com 20% de todo valor gasto pelos clientes.
Para Gween Black, criadora de conteúdo adulto há 8 anos e ativista de criptomoedas desde 2018, ficar com 80% dos ganhos é “maravilhoso”, já que em plataformas concorrentes ela tinha 65% mesmo somando todos os benefícios de exclusividade e tempo de site.
Em entrevista para o Cointimes, Black explica que a experiência de trabalhar com o OnlyFans é “bem diferente de tudo que já tinha feito antes na indústria”.
“Não é apenas ficar online em uma câmera, não é gravar um vídeo e torcer pra alguém comprar ou assistir. A plataforma é uma rede social monetizada, então você tem que estar ativa o tempo todo e interagindo com os fãs o máximo possível. Hoje conto com 5.500 fãs ativos na minha página principal e sou top 0,3% entre todos os criadores da plataforma.”
O novo aplicativo chamado OnlyCoins replicou as funcionalidades do OnlyFans, mas com uma integração única com Bitcoin Cash e cobrando 10%, metade da taxa da concorrente. Conforme reforça a tabela abaixo, outras plataformas de conteúdo adulto costumam abocanhar uma parcela significativamente maior.
Mas não é só uma boa taxa que interessa para as criadoras de conteúdo, o OnlyFans ainda possui a vantagem do tráfego. Black conta que, até agora, sua experiência com plataformas concorrentes têm dependido de levar o próprio público para elas. “Não acho que uma plataforma tem que depender de mim para levar o tráfego e sim providenciar a própria popularidade”, diz.
Mesmo assim, explica que o OnlyFans é um site muito concorrido e popular e, por conta disso, dependendo do dia, a plataforma deixa a desejar no suporte técnico ou fica fora do ar por conta do alto volume de acessos.
Pagamentos em criptomoedas e resistência a censura
Com um cadastro fácil e divulgações da comunidade, o OnlyCoins já está ganhando seus primeiros membros. O seu principal diferencial é o recebimento e pagamento em criptomoeda.
“Eu falo todos os dias para o suporte [do OnlyFans] começar a pagar em bitcoin ou qualquer outra criptomoeda – a burocracia para se receber em dólares morando no Brasil é enorme – e eu gasto sinceramente mais tempo com o banco na semana que criando conteúdo. É um fardo enorme lidar com a papelada.”, respondeu Gween Black sobre preferir receber em cripto ou dólares.
O uso de criptoativos para os pagamentos também resolveria o problema do chargeback, mas Gween explica que sua experiência em relação a isso tem sido positiva mesmo no OnlyFans, com uma taxa de 0,06% em chargebacks de todas as transações.
Ela ainda conta que 50% dos chargebacks foram causados pelo próprio banco e não a pedido do usuário. Se o cliente faz várias microtransações repetidas, o banco suspeita que as transações são duplicadas ou triplicadas e bloqueia as compras, explica Black.
“Uma das coisas que faço é sempre criar valores com centavos diferentes toda vez, exatamente para evitar isso e funciona muito bem, considerando que tenho uma taxa baixíssima de chargebacks.”
Claro, assim como OnlyFans, a plataforma movida a BCH está recheada de entretenimento com tema adulto. No momento, rolando o feed do site, é possível observar fotos abertas e algumas bloqueadas que custam de 20 centavos a 40 dólares.
Os desenvolvedores do OnlyCoins também observam que, conforme o desenvolvimento continua, o site pode progredir para uma “forma mais polida”, momento em que a taxa de comissão pode mudar. No entanto, enfatizam que é “absolutamente nossa intenção permanecer mais barato do que qualquer concorrência relevante.”.
Também revelaram planos futuros de permitir a compra de bitcoin cash por cartão de crédito direto no site, além de permitir a conversão de outras criptomoedas para bitcoin cash para então interagir com as modelos.
Embora a criadora top 0,3% do OnlyFans concorde que os pagamentos em cartão de crédito são em parte responsáveis pelo sucesso da plataforma, ela tem preocupações quanto a fragilidade esse modelo.
“Não tenho acesso aos dados de quantas transações são feitas por débito ou crédito mas acredito que se algum banimento igual da Mastercard e Visa no PornHub acontecesse seria o fim da plataforma. Por isso a opção de cripto tanto para pagamentos quanto para recebimentos já é uma necessidade básica de sobrevivência para um site adulto hoje em dia. O sistema de cartão de crédito já se mostrou frágil e falho, e crypto arruma isso.”
Assista também ao Conexão Satoshi sobre Bitcoin, sex work e liberdade financeira que gravamos com GweenBlack: