Durante a década passada, o total de ouro sob posse de bancos centrais ao redor do mundo girava em torno de 4.500 toneladas.
Agora, esse valor subiu para 36.000 toneladas do metal, segundo dados do Conselho Mundial do Ouro, uma organização que se dedica ao desenvolvimento do mercado de ouro.
O que ajuda a explicar essa alta?
Condições atuais do mercado financeiro e enfraquecimento do dólar
Antes da crise de 2008, muitos bancos centrais preferiam comprar dólares ou ativos denominados em dólar, como títulos do Tesouro dos EUA (treasury bills), que despontava como um dos investimentos mais seguros à época.
Com a crise, o dólar começou a perder força, já que dentre vários fatores, muitos grandes fundos abandonaram esses títulos do governo. Com isso, ano após ano a confiança no dólar americano foi caindo.
Tanto na Crise de 2008 quanto no período da pandemia do Covid-19, foram vistos rios de dólares sendo injetados na economia.
A longo prazo, a inflação deve ser danosa e prejudicar ainda mais a força do dólar, que há décadas foi uma das maiores opções de segurança para investimentos.
Além disso, o ouro historicamente funciona melhor como proteção, pois não tem o risco de crédito envolvido, além de ser algo mais tangível e com propriedades atemporais.
Reafirmando os pontos acima, em relatório publicado pela Nikkei Asia, o WGC (World Gold Council) atribui a preferência crescente dos bancos centrais pelo ouro ao declínio do dólar americano.
Segundo o relatório, o aumento da oferta de dólares americanos fez com que o valor do dólar em relação ao ouro caísse drasticamente na última década.
Ele cita também o Banco Nacional da Polônia (NBP), que adquiriu cerca de 100 toneladas de ouro em 2019.
O presidente da instituição, Adam Glapinski, justificou a compra mencionando que o metal precioso não está diretamente vinculado à economia de nenhuma nação e que isso lhe permite suportar a volatilidade nos mercados globais.
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