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Quais são as melhores moedas em uma crise mundial?

Cigarro como dinheiro

Algumas moedas são criadas na crise, outras se fortalecem nela, nesse post vamos ver quais são as verdadeiras moedas em meio a um cenário de crise mundial.

Você está preparado?

Tipos de crise

Antes mesmo de falarmos sobre as moedas em si, precisamos definir nossos cenários de crise. Mas por qual motivo? Pois cada moeda que vamos citar aqui se comporta de forma diferente em cenários distintos.

Então, para traçar algo realista, vamos pensar em dois cenários.

Enquanto o primeiro deles é de uma hiperinflação, o segundo é de um lockdown e quebra na cadeia produtiva.

Cenário de Hiperinflação

Como estamos vendo diariamente, os Bancos Centrais do mundo todo estão anunciando injeções massivas de dinheiro na economia. São literalmente trilhões de dólares.

Veja aqui algumas medidas:

Como resultado dessa enorme injeção de liquidez, muitos economistas acreditam que em breve poderemos ver um cenário de inflação. Em outras palavras, se isso acontecer, significa que o preço dos produtos poderá aumentar.

Mas como funciona o processo de inflação?

“Quando a oferta de dinheiro aumenta, as pessoas têm mais dinheiro para oferecer por mercadorias. Se a oferta de mercadorias não aumentar – ou não aumentar tanto quanto a oferta de dinheiro -, os preços das mercadorias subirão. Cada dólar individual se torna menos valioso porque há mais dólares. Portanto, mais deles serão oferecidos contra, digamos, um par de sapatos ou cem alqueires de trigo do que antes.

Um “preço” é uma relação de troca entre um dólar e uma unidade de mercadorias. Quando as pessoas têm mais dólares, elas valorizam cada dólar menos. Os bens então aumentam de preço, não porque os bens sejam mais escassos do que antes, mas porque os dólares são mais abundantes.” – Henry Hazlitt.

Então temos um cenário onde a quantidade de dólares está crescendo, conforme mostra o gráfico abaixo, e de acordo com JPMorgan o PIB (quantidade de riqueza gerada) está diminuindo.

Base monetária total
Total de dólares na economia americana. Fonte: FRED.

As moedas em um cenário de inflação

Já que temos um cenário provável definido, quais as soluções para ele?

Primeiramente devemos procurar quais ativos funcionam bem historicamente em cenário inflacionário.

Ouro nas recessões com inflação

Historicamente o ouro é uma reserva de valor em tempos de crise, mais especificamente em períodos de inflação.

E um dos exemplos mais comuns de hiperinflação aconteceu na República de Weimar, na qual o governo alemão começou a imprimir dinheiro para tentar sair da crise pós Primeira Guerra Mundial.

Consequentemente o preço do ouro subiu absurdamente, chegando a ganhar 2000% por semana.

gráfico do ouro em cenário de inflação altíssima
O preço do ouro durante a inflação na República de Weimar. Fonte: GoldSilver.com

Similarmente, uma situação muito parecida aconteceu na Hungria após a Segunda Guerra.

Bitcoin e sua previsibilidade monetária

Enquanto o ouro é um ativo bem estabelecido, o Bitcoin tenta se tornar uma espécie de ouro digital.

E historicamente vemos o btc sendo muito procurado em locais com inflação alta, como Venezuela e Argentina.

Para o analista da Mesasari Dan McArdle, o “bitcoin não é um hedge contra uma recessão típica“. Portanto, a queda recente no preço da criptomoeda por uma possível recessão econômica causada pelo coronavírus poderia ser esperada.

Contudo, em uma hiperinflação, a situação se modifica. Visto que a previsibilidade na quantidade de bitcoins que vão existir é justamente o oposto do que os governos estão fazendo com as moedas fiat (real, euro e dólar).

Cenário com falta de recursos

Se por um lado o Bitcoin e ouro parecem boas alternativas em um cenário de inflação, já em um cenário de lockdown e falta de recursos o “ouro” se transforma em outros ativos.

Segundo Júlio Lobo, especialista em sobrevivencialismo e situações de crise:

“Investir em ouro é interessante para você ter liquidez financeira… Por fim, o último investimento financeiro que você deve fazer é ter itens para escambo.”

Cigarros, Coca-cola e armas

Warren Buffett bebendo Coca-Cola
Maior investidor do mundo, Warren Buffett, bebendo Coca-Cola

Lobo esclarece, afirmando que tais itens são muito usados como moeda de troca em casos de fata de alimentos e produtos básicos:

“Por exemplo, uma garrafa de pinga pode valer uma fortuna se você for vendê-la para um alcoólatra que não encontra álcool para consumir. Então ter aluns tipos de consumíveis que serão difíceis de se encontrar em uma situação de crise, é muito interessante para seu planejamento”

Quer um exemplo disso? Em 1945, na Alemanha ocupada, o dinheiro que mandava era o cigarro.

Mas não precisamos ir muito longe para ver a importância de alguns consumíveis. No Brasil, o cigarro Gudan quase virou uma moeda oficial, existiam index de Gudan, avaliadores do famoso cigarro e até agiotas.

Outros itens como Coca-Cola, chocolates, drogas em geral também são muito usadas nesses cenários.

“Veja que não estou me baseando em fantasia aqui, se você ver relatos de sobreviventes de zona de guerra, você verá que os itens de maior valor são: tabaco, álcool e drogas em geral, além de munições e armar.”, afirmou Lobo em live.

Claro, não estamos afirmando que uma crise dessa magnitude irá ocorrer e muito menos para você investir em ouro ou bitcoin. Contudo, é importante que você saiba o que historicamente se tornou um meio de troca em alguns cenários de crise.

Gostou do post? Compartilhe com sua família e amigos para que eles estejam com as moedas certas para cada ocasião.

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