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Tether responde ao suposto ataque publicado no Wall Street Journal

Reservas da Tether

A Tether refutou alegações feitas em uma matéria publicada pelo Wall Street Journal (WSJ), afirmando que o texto duvidou dos esforços de transparência da empresa e questionou a lucratividade da Tether.

Em uma declaração divulgada na terça-feira (30 de agosto de 2022), a Tether disse que o WSJ fez várias “conclusões não substanciais” que o emissor de stablecoins precisava esclarecer.

O Wall Street Journal, em 27 de agosto, publicou um artigo observando que a Tether ainda não havia realizado uma auditoria, esperada desde 2017. De acordo com a publicação, o emissor da stablecoin continua a publicar “atestados” que revelam uma captura instantânea de volume de suas reservas e responsabilidades, assinado por sua firma de contabilidade.

Embora a Tether tenha dito que a empresa estava trabalhando para fornecer uma auditoria, ela insistiu que suas transações foram transparentes.

Na segunda metade de agosto, a Tether contratou a empresa de contabilidade pública BDO Itália, para substituir a MHA Cayman. Além disso, a Tether anunciou que a publicação dos relatórios sobre atestados da firma para reservas de USDT acontecerá mensalmente em vez de trimestralmente.

Saiba mais: Importante empresa de contabilidade vai atestar sobre as reservas da Tether

A Tether também esclareceu que a BDO é uma firma de auditoria de renome e independente, e não uma “firma de contabilidade da Tether,” como “alegado na publicação do WSJ.”

Mas a resposta da empresa parece fazer pouco sentido visto que a única menção à BDO Itália na publicação do WSJ dizia:

“Em julho, a Tether mudou os contadores de uma pequena empresa sediada nas Ilhas Cayman para a BDO Itália, o membro italiano da rede global BDO. Essa firma, no entanto, é uma entidade legal separada da BDO nos Estados Unidos.

Até o momento, as informações financeiras publicadas pela Tether não mudaram significativamente sob a assinatura da BDO.

[…]

A Tether reporta seus ativos em categorias amplas, tais como US $5.6 bilhões de “outros investimentos” que, segundo ela, inclui tokens não especificados. O Sr. Ardoino se recusou a comentar em que consistem esses outros investimentos.”

Gigante das stablecoins à beira da insolvência?

Um atestado da BDO publicado em 25 de agosto mostrou que os ativos reportados pela Tether de US $67.7 milhões superaram o passivo de US $67.5 bilhões, apresentando assim uma diferença de apenas US $191 milhões.

Enquanto isso, o relatório do WSJ observou uma queda de apenas 0,3% nos ativos poderia “tornar a Tether tecnicamente insolvente, um desenvolvimento que os céticos advertem poderia reduzir a confiança dos investidores e estimular um aumento nos resgates.”

Entretanto, a Tether respondeu à alegação afirmando que tais margens também foram encontradas em outras stablecoins no mercado, observando que a publicação destacou o emissor para amolgar sua reputação.

A empresa também disse que resgatou US $16 bilhões de USDT nos últimos meses com facilidade. Além disso, Paolo Ardoino, CTO da Tether, disse que a empresa está esperando um crescimento significativo de capital nos próximos meses.

A Tether alegou ainda ser lucrativa, dizendo:

“Presumir que nosso negócio não é lucrativo é falso. De acordo com nosso Relatório Consolidado de Reservas, a Tether nunca revelou nenhum capital próprio apesar de ser lucrativa por vários anos. Este mesmo relatório foi considerado apropriado por importantes partes interessadas e foi aceito pela New York State Attorney General. Talvez o WSJ tenha confundido a Tether com alguns de seus concorrentes.”

Apesar das alfinetadas feitas pela Tether, fazendo uso de um palavreado que sugere dificuldade em lidar com críticas, o WSJ levantou um ponto que não obteve resposta da emissora de stablecoins:

“Legisladores dizem estar preocupados que empresas de criptomoedas possam estar defraudando os investidores por meio de revelações enganosas. Algumas empresas cripto encobrem sua falta de auditoria, retratando suas declarações como cheques financeiros completos.”

De qualquer modo, o tempo médio de uma auditoria financeira geralmente é contato em dias, e não em anos.  

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