Segundo Pierre Rochard, minerador de Bitcoin da Riot, 43% do espaço dos blocos minerados no último sábado (4) foi ocupado por transações Taproot.
A atualização Taproot, que foi ativada no Bitcoin em novembro de 2021, vem engatinhando desde então. A mesma coisa aconteceu com o Segwit, última grande atualização do Bitcoin antes do Taproot, que demorou mais de 3 anos para se consolidar com mais de 50% de utilização.
Porém, diferentemente do SegWit, que trás um desconto considerável para as taxas pagas numa transação, o apelo do Taproot é muito menos claro para um usuário comum.
A menos que se queira utilizar carteiras multisig (que necessitam de mais de uma assinatura para transacionar) ou interagir com a Lightning Network, não há motivos para substituir carteiras Native Segwit. Quer dizer, não havia.
NFTs/Ordinals/Inscriptions
Tudo mudou quando o programador Casey Rodarmor desenvolveu uma forma de registrar NFTs no blockchain do Bitcoin de forma nativa, sem a necessidade de armazenar os dados que do conteúdo (imagem, GIF, áudio etc.) fora da blockchain.
Isso é feito utilizando Ordinals — uma categoria criada por Rodarmor para numerar satoshis (a menor unidade do bitcoin) —, SegWit e Taproot.
Apesar de ter levantado uma série de críticas na comunidade, milhares de NFTs por dia estão sendo permanentemente registrados no Bitcoin graças a essa tecnologia.
O maior bloco da história da criptomoeda, com 3,96MB, foi minerado no dia 1 de fevereiro. 99,5% do seu espaço foi ocupado por um NFT que brinca com o famoso meme “Magic Internet Money”, criado em 2013 para promover o subreddit do Bitcoin.
Em vez de falar de dinheiro, porém, o NFT fala de JPEGs (um formato de imagem). Além disso, o convite que figura na sua imagem é para o servidor “Magos do Taproot”, uma referência à tecnologia que viabilizou essa empreitada.
Behold, the Taproot Wizard, untethered and freed from his bondage!
— Luxor Mining (@LuxorTechTeam) February 1, 2023
In his ubiquity, he's present in the hearts, minds, and hard drive space of Bitcoin node operators the world over.
He refuses to be censored, he refuses to be silenced.https://t.co/WCjQpTRMLg pic.twitter.com/gkxeAS4rOm
Segundo dados de Pierre Rochard, vice-presidente de Research na empresa de mineração de Bitcoin Riot (negociada na NASDAQ), 43% do espaço dos blocos minerados no último sábado (4) foi preenchido por transações Taproot.
Taproot inputs were 43% of the consumed block space yesterday pic.twitter.com/X6PgMNqJsc
— Pierre Rochard (@BitcoinPierre) February 6, 2023
O aumento repentino na utilização de Taproot está inegavelmente associado ao sucesso (ou hype) dos Ordinals (Inscriptions). Segundo dados do site transactionfee.info, foi apenas em janeiro deste ano que a utilização de Taproot deslanchou.

Será que tudo isso não passa de um hype temporário ou os NFTs do Bitcoin serão realmente o empurrão que faltava para o Taproot ganhar adoção generalizada?