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Possível criador do Bitcoin sugere censura de NFTs

adam back

Adam Back, o lendário criptógrafo citado no whitepaper da maior criptomoeda do mundo, causou polêmica na comunidade após um tuíte controverso.

O tema do momento são os Ordinals, NFTs que podem ser inscritos diretamente no blockchain do Bitcoin, sem a necessidade de sidechains ou qualquer tipo de estrutura extra.

Adam Back se posicionou de forma veementemente contrária à ideia. Porém, a Blockstream, empresa liderada por Back, é responsável pela Liquid Network, uma sidechain do Bitcoin que oferece suporte para NFTs.

Sendo assim, por que Adam Back se incomodaria com o projeto? Seria apenas medo da concorrência? Não é bem assim.

Segundo certos membros da comunidade, incluindo Back, o armazenamento generalizado de informações não monetárias no blockchain do Bitcoin promoveria um verdadeiro spam nos blocos, o que faria com que pessoas interessadas em rodar full nodes do protocolo para auditá-lo de forma independente fossem obrigadas a investir mais em espaço em disco e largura de banda, o que supostamente promoveria a centralização da rede.

Além disso, o congestionamento da rede com transações “irrelevantes” faria com que a taxa necessária para confirmar uma transação no blockchain se elevasse muito, o que prejudicaria o caso de uso original do Bitcoin.

Entretanto, o que mais assustou a comunidade não foi a crítica de Back, mas uma insinuação de solução.

Tuíte deletado de Adam Back

“Também é aceitável que mineradores censurem o lixo como uma forma de desencorajamento”, disse ele. 

O tuíte não repercutiu bem. Além de ser responsável pela criação de parte da tecnologia que é utilizada no Bitcoin e um candidato a Satoshi, Back é um programador de longa data do projeto e tem voz ativa nas tomadas de decisão. A promoção — ou tolerância — de censura na rede deixou muitos usuários do Bitcoin preocupados, pois a resistência à censura é um dos pontos fundamentais da criptomoeda. Algum tempo depois, Back apagou o tuíte e se retratou, admitindo que a declaração havia sido estúpida e estava sendo mal-interpretada.

Como forma de esclarecer seu ponto, ele indicou um tuíte em que diz que é impossível impedir que projetos como aquele sejam utilizados, por vivermos num mundo livre e com mineradores anônimos, mas que seria desejável incentivar os desenvolvedores a não criá-los ou a construí-los de uma forma mais eficiente. 

Não foi apenas Adam Back

Luke Dashjr, um dos desenvolvedores do Bitcoin mais antigos e polêmicos, também gerou controvérsia na internet. “Alguém já está trabalhando num filtro de spam para esse lixo?”, tuítou o excêntrico sedevacantista.

Como justificativa para seu posicionamento, Dashjr disse que os Ordinals não são um uso legítimo do protocolo Bitcoin, mas uma violação. Isso se daria porque, para economizar taxas, os NFTs são registrados num espaço reservado para assinaturas.

Qual é a sua opinião sobre essa polêmica?

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