Um dos maiores e mais influentes bancos do globo, o JPMorgan, recebeu recentemente o sinal positivo para a sua solicitação de registro de patentes para a criação de uma carteira digital própria, escancarando o interesse da instituição em investir no universo com criptoativos.
A confirmação da patente foi realizada por Mike Kondoudis, advogado especialista na área de propriedade intelectual, que realizou um post em seu Twitter na última semana. Segundo o advogado, o registro foi concedido no último dia 15 de novembro pelo Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos.
Conforme as informações apresentadas, as solicitações de patentes feitas pelo banco norte-americano estão relacionadas ao desenvolvimento de uma carteira digital de criptoativos, que irá disponibilizar para os seus usuários diversos serviços, dentre eles o armazenamento, transferências e processamento de pagamentos utilizando os ativos digitais.
Mas, a patente ainda cobre a proposição de outros serviços financeiros, assim como o oferecimento de contas correntes virtuais. Atualmente, o banco já conta com uma carteira digital, que segundo a instituição financeira está relacionada à “automação de um número infinito de pagamentos”.
Por enquanto, não se sabe quando a JPMorgan colocará em funcionamento os serviços relacionados às patentes registradas. No entanto, fica evidente que a instituição tem ampliado seu portfólio para cobrir o mundo dos criptoativos, com isso, o setor dos ativos digitais também sai ganhando, já que com o interesse do banco essa indústria recebia uma espécie de validação de um grande player financeiro no mercado mundial.
Com o recente registro de patente relacionado aos criptoativos, a JPMorgan se junta a um grupo de grandes companhias que têm aderido ao setor nos últimos tempos. No mês passado, por exemplo, a Visa também solicitou duas patentes associadas à criação de uma carteira digital própria. Já neste mês, a marca fabricante de relógios de luxo, Rolex, solicitou alguns pedidos relacionados a criação de NFTs (tokens não-fungíveis).
Enquanto isso, no Brasil algumas carteiras eletrônicas têm ganhado certo destaque – dentre elas a Pay4Fun, que apesar de ter sido fundada em 2018, já ampliou consideravelmente sua atuação no país, ao ponto de hoje em dia existirem até casas de apostas que aceitam pay4fun graças aos benefícios oferecidos pela carteira digital, tanto para os usuários quanto para as companhias, já que a ferramenta facilita os pagamentos e os saques. Sendo que as plataformas tendem a disponibilizar cupons especiais para quem utiliza carteira eletrônica.
Foco na América Latina
Consolidada no mercado norte-americano, de acordo com o diretor executivo do JPMorgan no Canadá e América Latina, Alfonso Eyzaguirre, o objetivo da instituição atualmente é ampliar sua atuação na Latam.
Segundo o executivo, a eleição de políticos de esquerda na região e a alta volatilidade no curto prazo não deverão afetar os objetivos do banco a longo prazo na América Latina. Sendo que Eyzaguirre acredita que a região deve se beneficiar com as mudanças geopolíticas recentes. “Um exemplo é o crescimento do investimento estrangeiro direto por conta de ‘nearshoring’, a transferência de atividades de manufatura da China para enfrentar problemas na cadeia de suprimentos que surgiram durante a pandemia”, explica o executivo.
Eyzaguirre também destaca que a América Latina deve receber diversos aportes privados para o combate às mudanças climáticas, com isso, desde já a instituição financeira já tem elevado seu número de funcionários na região, assim como os serviços disponibilizados para os clientes corporativos.
As estimativas do JPMorgan é de que eles terminarão o ano com aproximadamente 6.200 colaboradores na Latam, sendo que em 2020 esse número não ultrapassa 4.750. A instituição ainda criou recentemente um centro de desenvolvimento de soluções tecnológicas na Argentina. Vale lembrar que o Reino Unido e o Brasil são os únicos locais em que a instituição opera no varejo bancário além dos EUA.
“Escolhemos o Brasil para esse investimento devido ao tamanho da população, alta digitalização e uso de internet pelos clientes e regulação do Banco Central já adaptada às fintech”, afirmou Eyzaguirre.