Não é de agora que a situação do Brasil ficou gravíssima com os desenvolvimentos do coronavírus. Comentando sobre o assunto no Twitter, o microbiologista Átila Iamarino comentou novamente sobre o posicionamento do país de não apoiar estudos da UE: “Vamos ficar sem vacina por opção.”
A situação no Brasil
No vídeo acima, o atual ministro da Saúde Nelson Teich fica surpreso ao descobrir, em transmissão ao vivo, que o presidente Jair Bolsonaro categorizou “academias e salões de beleza” como parte da “economia essencial” (efetivando reabertura), sem consultar o Ministério.

A situação do país se agrava não só por parte da infraestrutura médica insuficiente, mas também pelos conflitos políticos com péssima sincronia, como a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça em meio à crise.

São Paulo é o estado que mais sofre das consequências da pandemia, com casos disparando aos 47 mil, e mortes chegando aos 4 mil. Enquanto isso, pode-se encontrar centenas de pessoas manifestando na Avenida Paulista, muitas delas com bandeiras do Brasil, cantando o hino, e alguns, ainda sem máscara, defendem uma “intervenção militar”.
Aos gritos, afirmam defender a liberdade de ir e vir: “Somos contra a Ditadoria”.
“Só pode desejar intervenção militar quem perdeu a fé no futuro e sonha com um passado que nunca houve. Ditaduras vêm com violência contra os adversários, censura e intolerância. Pessoas de bem que amam o Brasil não desejam isso.”
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso
O esforço coletivo da União Europeia
Em matéria da DW, foi relatada a criação de uma iniciativa internacional para o financiamento de pesquisas sobre a imunização e eventual tratamento do Covid-19. Para dar um headstart, a UE investiu um bilhão de euros, e visam arrecadar mais 6,5 bilhões.
Liderado por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, os recursos arrecadados de governos e organizações filantrópicas já conta com apoio do Reino Unido, Noruega, Canadá, Japão, Arábia Saudita, Alemanha e França, além da própria UE.
Além disso, doações da fundação Bill e Melinda Gates e do Banco Mundial também ocorreram, além de outras doações privadas.
“”Acredito que o dia 4 de maio ficará marcado como um momento de uma virada em nossa luta contra o coronavírus, porque, hoje, o mundo está se unindo”, disse a chefe da Comissão Europeia. Ela ressaltou que a doação de Bruxelas é um “esforço da equipe Europa”.”
Fonte: DW
Porém, assim como pode-se notar, o Brasil e os Estados Unidos não se comprometeram a auxiliar o financiamento das pesquisas.
“É o fim do Brasil” (Bolsonaro)
Se não pensou nas consequências, eu desenho. A União Europeia montou um fundo de pesquisa e desenvolvimento de vacinas e todos os países poderiam contribuir. O Brasil, nona economia do mundo, não quis participar. Vamos ficar sem vacina por opção.https://t.co/y2CUR7IEKi
— Atila Iamarino (@oatila) May 12, 2020
São Paulo é o caso mais extremo do país, e algumas decisões não facilitam a situação. Desde fechar avenidas principais para “reduzir o fluxo de carros”, que causou o efeito completamente contrário, lotando transportes públicos, até o “rodízio de carros em SP“.

Por fim, são fatores como estes que, independentemente dos esforços do governo (Estadual), reduzem a eficácia do “isolamento social” promulgado no estado. O aguardo pelo fim da quarentena apenas aumentará.
NOTA: A quarentena foi promulgada novamente, neste sábado (09): vai ser “flexibilizada” a partir do dia 10, e o isolamento social será estendido até o dia 31 de maio, devido à situação.
“Fomos um dos últimos países grandes a ter casos, temos universidades e centros de pesquisa, temos médicos formados, temos sistema público de saúde. Nós cavamos o buraco onde nos encontramos agora, não deixem transferirem a culpa pra fora ou dizer que foi surpresa.”
Átila Iamarino no Twitter
A Economia vai sofrer
Segundo análises divulgadas pelo Instituto Fiscal Independente (Senado), o congelamento das atividades econômicas durante o curso da pandemia poderão afetar o PIB do país por muitos anos.
Ademais, com até 22 semanas de paralização, o PIB pode cair em até 7% no ano, uma taxa quase duas vezes pior que a crise de 2015/16 (FONTE).
“Contudo, este é apenas o impacto inicial — as perspectivas para os próximos anos não são melhores. Segundo a instituição, os gastos engendrados pelo Governo Federal farão a dívida pública disparar a 84,9% do PIB neste ano.”
Fonte: Veja