A maior pirâmide financeira do mundo foi criada por um americano chamado Bernard Madoff. Ele trabalhou por anos no mercado financeiro e ganhou a confiança de inúmeras pessoas, incluindo celebridades.
Madoff fundou uma sociedade de investimento que levava o seu nome. Ela durou por quase 20 anos e seus resultados eram impressionantes: cerca de 1% ao mês.
Por conta dos seus altos lucros, o esquema foi investigado 8 vezes pela CVM dos Estados Unidos, mas Madoff foi capaz de enganar o órgão regulador com documentos falsos. E as empresas de auditoria? Muitas chegaram até a recomendar o fundo fraudulento.
Harry Markopolos, ex-agente da bolsa de valores e investigador forense independente, foi um dos únicos a denunciar a pirâmide de Madoff. Ele analisou os números e afirmou que era tecnicamente impossível lucrar tanto com bilhões de dólares por tanto tempo.
Harry Markopolos
Mas o golpe só enxergou o seu fim na crise de 2008, quando os investidores tentaram sacar US$ 7 bilhões, mas o fundo só tinha cerca de US$ 200 milhões disponíveis. A verdade era que não havia investimento nenhum, Madoff usava o dinheiro de novas vítimas para pagar as antigas e desviava a maior parte.
O golpe causou US$ 65 bilhões em prejuízo no total. Madoff confessou seus crimes, pegou uma pena de 150 anos e teve US$ 17 bilhões confiscados. Mas esse era apenas o começo da onda de problemas que estava afetando o final da sua vida.
Ele e sua esposa, Ruth Madoff, tentaram suicídio logo após o esquema ser descoberto, mas as pílulas que tomaram não foram o suficiente para acabar com o sofrimento do golpista. O filho mais velho do casal, Mark, cometeu suicídio 2 anos depois.
Após a morte de Mark, Bernard perdeu não só o seu filho mas também a sua esposa, que se separou e deixou de visitá-lo na cadeia.
Por conta do estresse causado pelo escândalo do pai, o filho mais novo, Andrew, disse que um câncer que ele já havia enfrentado voltou à tona. Quatro anos depois ele faleceu por conta da doença.
Depois que Madoff viu tudo que tinha construído desmoronar, ele estava velho e doente terminal na prisão. Pediu a antecipação de sua libertação em 2020, mas o juiz do caso negou. Madoff morreu cerca de um ano depois.