O banco central dos EUA (Fed) afirmou que o custo dos empréstimos deve aumentar no ano que vem para conter a inflação alta.
Nesta semana, como esperado, o Fed aumentou as taxas de juros em 75 bps pela quarta vez consecutiva, elevando sua referência para uma meta de 3,75% a 4%.
Para Thomas Barkin, presidente do Banco da Reserva Federal de Richmond, “é inteiramente concebível que acabaríamos acima de 5%. Mas isso não é um plano,” segundo o banqueiro, isso seria um resultado dos esforços para manter a inflação sob controle.
Barkin afirmou também que, uma vez que é necessário baixar a inflação para a meta, “vamos fazer o que for preciso com as taxas para que a inflação volte à meta.”
Um pouco mais pessimista, o ex-secretário do Tesouro, Lawrence Summers, vê um risco de que o Fed precise aumentar as taxas de juros para 6% ou mais para colocar a inflação sob controle. “Não é o que eu esperaria, mas não me surpreenderia se a tarifa terminal chegasse a 6 ou mais,” disse ele.
Após a decisão, Jerome Powell, o presidente do banco central norte-americano, disse à imprensa que, em breve, a instituição deve passar a decidir por aumentos menores das taxas de juros e, ao mesmo tempo, levar os custos dos empréstimos a um nível mais alto do que os 4,6% esperados anteriormente.
Os investidores veem a mesma coisa, com os preços em contratos de futuros inclinando-se para um aumento de 50 pontos-base em dezembro, mas eles esperam que as taxas cheguem a um pico um pouco acima de 5,1% no próximo ano.
Por sua vez, o presidente do Banco da Reserva Federal de Minneapolis, Neel Kashkari, acredita que “o Fed tem mais trabalho a fazer para tentar esfriar a economia e equilibrar a demanda e a oferta.”
Em setembro, a projeção de taxas era de 4,4% até o final deste ano e 4,6% em 2023, de acordo com a previsão mediana. Eles atualizarão essas previsões em sua reunião de 13-14 de dezembro, quando terão mais dois meses de dados sobre a inflação no consumidor em mãos.
“Eu acreditava que as taxas de juros atingiriam um pico de cerca de 4,9% no período de março a abril,” disse Kashkari. “Dado o que sei neste momento, eu esperaria ir mais alto do que isso. Quanto mais, eu não sei.”
O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, disse que espera que o Fed eventualmente aumente as taxas “um pouco mais altas” do que as projeções de setembro.
A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, disse que era prematuro julgar quão altas as taxas devem ir. “Houve uma pequena decepção em alguns dos dados e isso ampliou minha visão de onde a taxa suficientemente restritiva poderia estar,” disse ela.
Collins disse que a política monetária está entrando em uma nova fase, o que poderia exigir movimentos menores das taxas à medida que os formuladores de políticas equilibram seus esforços para domar a inflação com os riscos de que elas se tornem muito rígidas e provoquem uma retração profunda, mas ela disse que outro aumento deveria permanecer entre as opções.
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