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Como El Salvador vai implementar o Bitcoin? Uma lição para o Brasil

Bukele, presidente de El Salvador

Com o apoio do presidente Nayib Bukele, um pequeno país na América Central chamado de El Salvador está a caminho de tornar o Bitcoin uma de suas moedas oficiais.

A novidade foi tema da palestra de Jack Mallers, CEO da Strike, na conferência de Miami Bitcoin2021. Ele explicou os danos causados pela inflação do dólar em países em desenvolvimento que usam a moeda dos EUA como oficial.

Ao final da sua apresentação, Mallers, que morou em El Salvador por quase 3 meses, mostrou um vídeo de Bukele, onde ele afirmou que iria implementar o Bitcoin no país.

“Na próxima semana, irei enviar para o Congresso um projeto que tornará o Bitcoin uma moeda de curso legal em El Salvador.

No curto prazo, isso trará empregos e ajudará a prover inclusão financeira para milhares que estão na economia informal.”, disse Nayib Bukele.

O que irá mudar

Desde 2001, o país abandonou sua moeda local para utilizar apenas dólares americanos. No entanto, os habitantes ainda sofrem com taxas de pagamentos transfronteiriços que podem chegar a 50%. Além disso, hoje em dia cerca de 70% da população não tem acesso a contas bancárias.

O Bitcoin é visto pelo presidente de El Salvador como uma solução para todos esses problemas. Em uma série de tweets, Bukele explicou que se 1% do market cap de 680 bilhões de dólares do Bitcoin fosse investido no país, isso poderia aumentar seu PIB em 25%.

Mas que, por outro lado, isso também seria bom para o Bitcoin, que ganharia uma base nova de 10 milhões de usuários que estariam usando a rede anualmente para realizar 6 bilhões de dólares em remessas internacionais.

“Além disso, grande parte desses 6 bilhões de dólares é perdida para intermediários. Com o uso do #Bitcoin, o valor recebido por mais de um milhão de famílias de baixa renda aumentará o equivalente a bilhões de dólares a cada ano. Isso vai melhorar a vida e o futuro de milhões.”, disse.

Adquirindo a posição de moeda legal ao lado do dólar, a alienação de Bitcoin estaria livre de impostos de ganho de capital em El Salvador, o que facilitaria o uso da criptomoeda. Por fim, Bukele pontuou que o país é um dos únicos no mundo que não cobra impostos sobre propriedade e dará residência permanente para empreendedores da área.

Justin Sun, CEO da Tron e CZ, CEO da Binance, foram alguns dos maiores empresários do mundo cripto a demonstrar interesse em fazer suas malas e partir para El Salvador.

Como isso será feito

El Salvador precisará reestruturar todo seu sistema financeiro, mas contará com a ajuda da Strike e da Blockstream, empresas líderes no mercado de desenvolvimento de soluções para o Bitcoin.

A Strike promete remessas internacionais sem taxas, isso porque utiliza a tecnologia da Lightning Network para o envio de valores, uma rede que não enxerga fronteiras e é capaz de realizar transações rápidas por um custo muito baixo.

A Blockstream, por outro lado, está indo para o espaço para ajudar El Salvador. Com satélites construídos para ajudar a conectividade à rede Bitcoin mesmo em locais sem internet, até salvadorenhos da zona rural usarão bitcoin sem problemas.

Segundo o CEO da Strike, o país estará aberto a inovações tecnológicas e não exigirá que os empreendedores tenham licença para começarem a operar lá.

O movimento é impressionante principalmente vindo de um país reconhecido como autoritário. Pois enquanto isso, os altos impostos e extensas regulamentações no Brasil dificultam o empreendedorismo na área e exportam projetos para outros países, como foi o caso da OriginalMy, que hoje é sediada na Estônia.

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