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Como passar de um devedor de empresas a um comprador de empresas?

comprar empresas e pagar dívidas

Existem poucas formas mais eficientes de atrasar a vida e o desenvolvimento pessoal do que contrair dívidas. A menos que a sua dívida tenha como objetivo gerar uma produtividade maior, suficiente para compensar o pagamento dos principais mais os juros (a chamada “dívida boa”), contrair um empréstimo geralmente é uma péssima ideia.

Caso a pessoa esteja no início da sua vida profissional, o que é uma má ideia e pode levar ao completo fracasso financeiro.

Dívidas e asas de aço

Elas realmente ajudam a voar — ou será que não?

Você possui asas de aço/mas elas na verdade não te movem/você apenas parece rastejar

A passagem acima, tirada de uma das minhas músicas favoritas que, embora não fale especificamente sobre finanças, mostra os efeitos de uma dívida mal planejada.

Ela (a dívida) aparenta dar asas a quem a toma, proporcionando a “liberdade” de gastar com absolutamente qualquer coisa, mas na verdade cria apenas pesos, “asas de aço”, as quais parecem ser belas por fora, mas que, ironicamente, acabam fazendo o devedor rastejar ao invés de voar, limitando totalmente sua capacidade de dar passos maiores.

Desde os textos bíblicos é possível encontrar ensinamentos que claramente recomendam a prudência na hora do uso do crédito e ao tomar empréstimos.

O livro de Provérbios possui várias mensagens nessa linha, como as passagens 21:5 (Quem planeja com cuidado tem fartura, mas o apressado passa necessidade); 28:22 (O ganancioso tem tanta pressa de ficar rico que nem percebe a pobreza que se aproxima); e, talvez o mais conhecido, 22:7 (Quem toma emprestado é servo de quem empresta).

Eu próprio já possuí “asas de aço”. Passei dois anos em posse das mesmas, sendo importunado por ligações diárias de empresas credoras, de instituições financeiras e até mesmo do governo (imposto de renda). Fui, em termos monetários, um escravo de pelos menos 3 empresas.

Até que as asas de aço finalmente começaram a se desprender das costas.

De devedor…

pagar dívidas

Essa situação durou até junho do ano passado, quando finalmente tomei coragem e criei um planejamento focado em eliminar todas as dívidas — e negociar as demais — até janeiro de 2018.

Para começar, resolvi conseguir uma fonte de renda. Afinal, não adiantava planejar nenhuma meta de pagamento sem antes ter o dinheiro para tal. Em agosto, consegui cumprir esse primeiro passo.

Em seguida, tratei de avaliar a minha situação. Fazendo uma pesquisa sobre a situação do meu CPF no site do Serasa vi que possuía quatro dívidas, sendo duas de pequeno valor (até R$ 700,00) e outras duas de um valor maior (acima de R$ 2.000,00). Feito isso, passei para a fase de pagamento.

Uma importante dica: sempre procure negociar, especialmente quando tiver o valor de pagamento a vista. Foi o que fiz nas dívidas de menor valor, tendo conseguido um desconto de 40% em ambas, as quais foram pagas nesse mês.

Por fim, as dívidas de maior valor também foram negociadas, e devidamente parceladas. Em uma delas, com um banco, consegui um desconto de 35% para pagamento em 60 meses, sendo que a parcela ficou menor que 70 reais, o que cabe facilmente no meu orçamento.

O único órgão que não aceitou negociar a dívida foi a receita federal (órgão cujo nome me recuso a escrever com letras maiúsculas). Sendo assim, tive que pagar o valor imposto de forma integral, mas consegui que também fosse parcelado.

Por algum motivo, parece ser mais difícil negociar com agiotas e gangues criminosas (esta última na qual considero que o estado se encaixa), especialmente quando tais organizações estão próximas da mais completa falência. Mesmo assim, essa asa de aço também foi cortada.

E eis que finalmente pude colocar em prática uma nova mentalidade … a de dono

Janeiro de 2018, data final do prazo do meu planejamento.

Resultado: todas as dívidas pagas e/ou negociadas.

Após essa fase, resolvi fazer um balanço do que havia me levado a tal situação. Um dos motivos foi o de compras excessivas de bens. Roupas, livros de pouca servidão, lanches desnecessários; essas foram algumas das coisas que constavam na minha lista.

Obviamente, as empresas que forneciam esses serviços e produtos adoravam. Afinal, minha riqueza simplesmente mudou da minha mão para a delas.

Em seguida, listei os meus principais objetivos financeiros. Primeiramente, avaliei o que realmente me atraía em termos de investimentos. Descobri sem nenhum esforço: receber renda passiva.

Saiba mais sobre renda passiva no post abaixo:

5 formas de conseguir renda passiva com investimentos tradicionais e criptomoedas

Foi nesse momento em que retomei os meus estudos sobre o mercado de ações, mercado no qual já havia investido no passado. Com as economias resultantes das negociações que fiz com os credores, comprei a minha primeira empresa — empresa essa da qual, inclusive, já sou cliente.

Após alguns dias, caíram os primeiros dividendos daquela ação na minha conta. Foram apenas poucos reais, mas o suficiente para saber que, daquele momento em diante, a trajetória da minha vida financeira havia começado a mudar: de pagador de dívidas e devedor de empresas, eu estava começando a ser dono de empresas. Com isso, passei a ser recebedor de valores.

Ainda não estou na minha posição desejada — pois recebo menos dividendos do que o valor pago em parcelas. Minha próxima meta é receber, em dividendos mensais, mais do que o valor das contas parceladas que ainda estou pagando.

Para isso, fiz um detalhado planejamento que inclui quatro passos:

  • Um valor mensal a ser investido na compra de ações (cerca de 20% do meu pro-labore);
  • Reinvestir os dividendos, aproveitando os juros compostos ao meu favor (ao invés de deixá-los contra mim, como na época das asas de aço);
  • Escolher boas empresas, que apresentem grande rentabilidade e baixo endividamento, o que permite a geração de valor e distribuição de bons rendimentos e apresentam menor volatilidade na Bolsa;
  • Diversificar a carteira com fundos imobiliários, que além de distribuírem rendimentos mensais, possibilitam a compra de imóveis de maneira mais barata e sem burocracia.

Conclusão

Sair de devedor a comprador de empresas não é uma tarefa simples. Eu próprio levei dois anos apenas para me recuperar do impacto e planejar essa mudança.

No entanto, cada pessoa possui o seu tempo. Não importa se as asas pareçam muito fortes, aço não é indestrutível. Um simples ato pode ser o bastante para iniciar o processo de descarte e, finalmente, criar asas verdadeiramente úteis para levantar voos maiores.

Que 2019 seja o ano de céu de brigadeiro para todos.

Artigo publicado originalmente em: https://medium.com/@JollyRoger1989/como-passar-de-um-devedor-de-empresas-a-um-comprador-de-empresas-6c34a37aaf21

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