Você já se imaginou vivendo de forma anônima, sem registros, sem casa ou identificação? É isso que um desenvolvedor do Bitcoin fez após ter sua casa invadida pelo SWAT, mas como ele fez isso? É o que vamos mostrar.
James Lopp é um desenvolvedor do Bitcoin Core que por anos assinou as releases do software. Hoje, ele é CTO da Casa Hold e já foi engenheiro da custodiante BitGo.
Invasão da Polícia

Em outubro de 2017, uma equipe da polícia entrou na casa de Lopp na Carolina do Norte – EUA. Alguém denunciou falsamente que um atirador tinha matado uma pessoa e feito outra de refém.
Depois que a polícia invadiu sua casa, Lopp recebeu ameaças ,provavelmente dos mesmos criminosos que fizeram a denúncia falsa, pedindo pagamento em bitcoin para deixá-lo em paz.
Para tentar assustar os criminosos, o dev publicou um vídeo atirando com seu rifle AR-15.
Bitcoin security pro tip: protect your software with hardware. pic.twitter.com/R4KeRGRcTP
— Jameson Lopp (@lopp) October 26, 2017
Ela ainda fez um experimento para sumir do mapa e viver completamente anônimo por alguns meses com seu cachorro.
Vivendo anonimamente com Bitcoin
O primeiro passo para viver no anonimato foi criar uma identidade corporativa.
Em alguns estados dos EUA é possível criar uma companhia sem a necessidade de deixar seu nome registrado em algum banco de dados.
Então, por segurança e privacidade, ele criou várias companhias. Com esses registros, foi fácil comprar algumas caixas de serviço postal para registrar como endereço para entregas.
Bancos, criptografia e cash
Com sua nova identidade, Lopp conseguiu criar contas em diferentes bancos. Ele também comprou cartões pré-pagos, dessa forma nenhuma empresa tem muita informação sobre seu padrão de compras.
O uso de bitcoins e misturadores de criptomoedas com certeza é uma rotina para Lopp. Inclusive, nós já falamos das wallets focadas em privacidade: a Wasabi e Samourai.
Mas além de bitcoin, o dinheiro em espécie continua sendo o rei para quem quer privacidade e anonimato. Por este motivo, ele sempre tem em mãos uma boa quantia de dinheiro em espécie.
Claro, para evitar perdas de dados, Lopp também criptografa todos os seus computadores.
VPN e redes de celular
Falando em dados, Lopp utiliza serviços que permitem a criação de números de telefone descartáveis. Dessa forma, não é possível ser rastreado por operadoras de telefonia.
Os números virtuais estão facilmente disponíveis nos EUA, até mesmo o Google tem um serviço desse tipo.
Falando em Google, os dados da internet são roteados por diversas VPNs, fazendo parecer que ele está em diferentes locais em cada conexão.
Não foi só ele
Além de tomar todas as medidas de segurança acima, o desenvolvedor revelou que pagava para investigadores particulares tentarem achá-lo.
Disse ao The New York Times que “a aventura de viver no anonimato custou cerca de US$30 mil”, e diz não esperar que muitas pessoas sigam seu exemplo, e que ele queria ver até onde conseguiria chegar.
Se o sumiço de James durou apenas alguns meses, o perseguido Daniel Fraga está a anos com paradeiro desconhecido. Ele ficou conhecido por ser um dos pioneiros do bitcoin no Brasil e também por soltar vídeos no Youtube desafiando o aparato estatal.
Você teria coragem de viver dessa forma?