Geralmente, as reuniões do G7 buscavam acordos para aumentar a prosperidade e incentivar o dinamismo econômico entre as nações, mas essa não é a agenda dessa vez. Pelo contrário, o G7 está caminhando para criar um imposto global além de incentivar os gastos públicos. O que isso tem a ver com o bitcoin?
A principal pauta da última reunião do G7 foi a criação de um imposto global nas corporações de 15%. O G7 “compromete-se a alcançar uma solução equitativa na atribuição de direitos tributários, com os países do mercado concedendo direitos tributários sobre pelo menos 20% do lucro superior a uma margem de 10% para as maiores e mais lucrativas empresas multinacionais”.
Em outras palavras, isso significa que bancos e companhias ditas como estratégicas para os governos não serão taxadas. Muito menos as grandes companhias de tecnologia que, por acaso, foram criadas nos países do G7, mas que guardam muitas vezes dinheiro em pequenos países.
A criação de um imposto global iria acelerar a desigualdade entre os países desenvolvidos e pequenas nações que dependem do dinamismo econômico e de impostos baixos para sobreviverem. Muitos desses países não contam com recursos naturais abundantes, exército forte ou grandes diferenciais.
Além do mais, o aumento dos impostos globalmente não acelerará o crescimento das economias. A própria OCDE já publicou um estudo afirmando que esse tipo de taxação é negativo para o crescimento econômico.
O estudo afirma que a criação de uma taxa para as corporações poderia afetar o “processo de recuperação do desempenho da produtividade das empresas com as melhores práticas”e conclui que“ a redução das taxas de impostos corporativos legais pode levar a ganhos de produtividade particularmente grandes em empresas que são dinâmicas e lucrativas, ou seja, aquelas que podem dar a maior contribuição para o crescimento do PIB. ”
Qual o sentido de taxar as empresas que mais produzem para subsidiar as que menos são produtivas? Aumentar a competitividade e produtividade dessas empresas não seria um caminho melhor?
Uma ideia, que já virou senso comum e valida a primeira pergunta, é: que todos os gastos públicos são bons e quando os planos de estímulo falham, tudo o que você precisa fazer é gastar mais. No final, sempre ouviremos dos políticos, quando o plano dá errado que: 1. “Não foi o suficiente”, 2. “Desta vez será diferente”, 3. “Repita”.
O G7 acredita que tal imposto poderia ajudar no pagamento das dívidas públicas: “Uma vez que a recuperação esteja firmemente estabelecida, precisamos garantir a sustentabilidade de longo prazo das finanças públicas para nos permitir responder a crises futuras e enfrentar desafios estruturais de longo prazo, inclusive para o benefício das gerações futuras”. Aumentar os impostos e não cortar os gastos não é sustentável, o governo dos Estados Unidos e praticamente todos os Estados elevaram as projeções de gastos em 2021 e 2022.
Os compromissos do G-7 são mais parecidos com a receita para uma crise muito profunda em um futuro não muito distante, do que a recuperação sustentável a longo prazo.
E o bitcoin?
Com ameaça de um imposto global que pode devastar as economias de pequenos paraísos fiscais, não é a toa que vemos as pequenas nações do mundo se voltarem para o bitcoin.
El Salvador, Tanzânia, e outros países estão percebendo que o dólar e a atual direção econômica adotada pelo G7 terá consequências terríveis a longo prazo. Qual a solução? Fasear a economia para o uso de uma moeda global, sem controle estatal e descentralizada.
Assim como os bancos estão sendo obrigados pelas forças de mercado a adotar o BTC, muitas nações serão obrigadas a aceitá-lo.
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