O “peso-real” voltou às discussões quando Paulo Guedes disse nesta quinta-feira (19) que “os países do Mercosul deveriam ter uma moeda única”.
A fala ocorreu durante uma recente reunião na Comissão de Relações Exteriores do Senado, mas o ministro da Economia defende a moeda única há mais de uma década.
Durante esses últimos 10 anos, foi notável o mau desempenho das economias emergentes da América do Sul. O peso argentino desvalorizou 95,6% perante o dólar e o real ficou um pouco atrás, caindo 69,3%.
Apenas durante a pandemia, o real desvalorizou em 14,3% e o peso argentino em 36,6%.
Reprodução: QR Capital no Twitter.
O que é o “peso-real”
A ideia é que o bloco sul-americano siga os passos da União Europeia e do euro. Em uma integração completa, o Brasil assumiria o papel da Alemanha, comentou Guedes. O ministro também defendeu uma aproximação maior entre os países do Mercosul, incluindo uma área de livre comércio.
O Mercosul é composto atualmente por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, já que a Venezuela se encontra suspensa pela “ruptura da ordem democrática”. A proposta do peso-real minaria a autonomia de cada país e unificaria as políticas monetárias.
Na Europa, a Grécia sofreu fortemente por ter uma política monetária presa ao euro durante a crise grega, que estourou em 2010. Os gregos precisaram renegociar as dívidas com os vizinhos mais ricos como Alemanha e França, além de aceitarem medidas de contenção de gastos.
Se o Brasil fizesse o papel da Alemanha no Mercosul, como sugere Guedes, seria ótimo para o governo brasileiros e péssimo para os outros países. Mas o Estado brasileiro não é muito bem reconhecido pela sua austeridade, neste ano a dívida pública se aproximará de 82% do PIB.
Enquanto isso, o diretor do Banco Central afirmou que não há chance do Brasil adotar o Bitcoin, o ativo que mais valorizou na década.
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