Após meses de bear market e lateralização, a hashrate do Bitcoin anda na direção contrária, cravando novas máximas históricas, mostrando forte investimento de alguns mineradores, mesmo em período desfavorável para o faturamento da atividade.
Hashrate do BTC em máxima histórica
A hashrate do BTC é a medida de produção da rede do Bitcoin através da quantidade de prova de trabalho que os mineradores conseguem gerar em um certo espaço de tempo. Quanto mais hashrate está sendo gerada, mais poder computacional está sendo direcionado para a rede, o que significa também maior consumo de energia e maior número de equipamentos trabalhando ativamente.
Este aumento de produção, não só traz novos gastos para os mineradores aumentando sua capacidade produtiva, mas também afeta todos os outros mineradores, já que a dificuldade da rede aumenta para manter a produção de blocos no intervalo protocolar de cerca de 10 minutos.
Normalmente, um aumento de hashrate do BTC é indicativo de que os mineradores estão otimistas com os próximos meses sobre o preço do bitcoin, já que o crescimento do investimento é feito com a expectativa de colher os frutos em algum momento.
Ninguém sabe ao certo quando a reversão de tendência de baixa dos últimos trimestres virá à tona, mas alguns dados da Glassnode mostram que os grandes mineradores parecem acreditar que isso vai acontecer muito em breve, já que não só a hashrate do BTC e a dificuldade de mineração atingiram altas históricas (superiores até mesmo ao topo de preço de 2021), mas a rentabilidade por Exahash atingiu mínimas históricas.
Então os mineradores estão em um ápice produtivo nunca visto antes, ao mesmo tempo em que suas receitas e faturamento estão em um mergulho sangrento e também inédito.
Veja alguns destes dados na sequência da matéria e, se quiser ficar por dentro de notícias, relatórios e análises sobre o mercado cripto, além de fazer parte desta incrível comunidade, junte-se ao Discord do Cointimes!
Dados sobre hashrate do BTC
O hashrate do Bitcoin atingiu um novo recorde histórico de 242 Exahash por segundo. Para entender a dimensão desse número, seria o equivalente a todas as 7,753 bilhões de pessoas na Terra completarem um cálculo de hash SHA-256 (hashrate do BTC) aproximadamente 30 bilhões de vezes por segundo. Estes são números extraordinariamente grandes.
O ajuste da dificuldade de mineração é uma medida necessária para garantir que novos blocos sejam descobertos dentro de aproximadamente 10 minutos. Sem que ele (1) varie muito para baixo, aumentando a inflação de BTC com muitas recompensas sendo pagas em poucos minutos; e (2) varie muito para cima, atrasando e encarecendo as transações de bitcoin na rede, com menos blocos sendo transmitidos.
Esse ajuste é a busca pelo equilíbrio e ele aumenta paralelamente com o aumento da Hashrate do BTC, já que com mais hashrate, mais blocos seriam descobertos por minutos em uma mesma dificuldade.
A dificuldade de mineração do BTC atingiu seu pico, com uma variação de 27,9% de um pico anterior de maio de 2021.
O aumento da dificuldade também encarece mais a atividade de mineração, já que é preciso mais poder computacional e mais prova de trabalho para encontrar a mesma quantidade de blocos em uma dificuldade menor; o que significa mais gasto de energia, internet e ASICs para menos recompensas de blocos de 6,25 BTC no halving atual.
Assim como a alta histórica da hashrate do Bitcoin, a dificuldade da rede também atingiu seu pico recentemente, em um momento em que a recompensa em dólar está prejudicada pela baixa cotação de BTC/USD no bear market.
E de forma nada surpreendente, mas preocupante, as receitas geradas pelas fazendas de mineração do Bitcoin se moveram vertiginosamente na direção contrária das outras duas métricas, atingindo mínimas históricas!
Os negócios estão operando com cerca de 4,06 BTC por Exahash e o valor em dólar é de cerca de $83.000 USD/EH.
Isso significa que muitas empresas de mineração podem estar operando no prejuízo, neste momento, ou com uma margem muito reduzida, talvez até mesmo dependentes de capital externo para sobreviver enquanto o inverno se prolonga no mercado de criptomoedas.
A conexão entre estes três dados significa também que, neste momento, apenas as empresas com caixa e balanço mais saudáveis, ou com acesso à capital externo mais barato, conseguirão se manter ativas. Isso poderia causar uma centralização na rede, no curto e médio prazo, em um efeito de economia de escala; onde fica cada vez mais difícil para as pequenas se recuperarem, enquanto as grandes crescem gradualmente.
Apesar dessa perspectiva negativa, a projeção de uma possível recuperação de preço no curto prazo ganha força, ao observarmos o otimismo refletido no alto investimento necessário para, não só aumentar a hashrate do BTC para níveis históricos, mas em manter a mineração funcionando, mesmo em um cenário tão adverso.
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