Compute North, empresa de hospedagem de ASICs para estrutura de mineração sustentável de bitcoin, abriu processo de falência e as ações da mineradora Marathon, cliente da empresa, caíram 10% nesta sexta-feira.
Mineração de Bitcoin sustentável pela Compute North
A Compute North é uma empresa que fornece serviços de hospedagem de ASICs que rodam com energia renovável e emissão neutra de carbono nos EUA, oferecendo a possibilidade de empresas alcançarem uma mineração sustentável de bitcoin.
“Oferecemos soluções para investidores e mineradores de operações de médio a grande porte. A Compute North desenvolveu a infraestrutura estratégica que ajuda os profissionais de mineração a capitalizar melhor uma das oportunidades mais interessantes do mercado atual.” – Segundo consta em seu website.
“Hospede seu hardware em instalações que se concentram na eficiência energética e aproveitam uma combinação de energia de ativos eólicos, solares e livres de carbono.”
A eficiência energética é uma tendência que vem crescendo no meio empresarial e também nas discussões de grandes tomadores de decisões, com forte pressão regulatória potencializada principalmente pelas recentes crises energéticas decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Essa pressão foi um dos grandes motivadores para a formação do Bitcoin Mining Council, da qual a Marathon Digital Holdings (cliente da Compute North) é membro. E a discussão chegou até a Casa Branca, que vem estudando possíveis ataques contra a mineração de proof-of-work.
Tudo isso tem mobilizado a indústria e o mercado a encontrar soluções para a mineração de bitcoin sustentável, com maior eficiência energética.
Marathon (MARA) é cliente e principal credora do serviço de mineração sustentável de bitcoin
Dentre os grandes clientes da Compute North está a Marathon Digital Holdings, uma das maiores mineradoras de Bitcoin do mundo, listada na bolsa de valores da NASDAQ sob o ticker MARA.
No final de 2021, ambas empresas entraram em negociação para a hospedagem de mais de 100.000 ASICs de mineração sustentável de bitcoin, como parte da estratégia da Marthon para diminuir o consumo energético em solo norte-americano, melhorando sua eficiência energética e diminuindo a emissão de carbono com a atividade, para se adequar às possíveis ameaças regulatórias.
O relatório emitido pelo Conselho de Mineração de Bitcoin, que aborda o uso de 59% de energia renovável para mineração, possivelmente contabilizou esta operação da Compute North sobre um dos principais membros do conselho (MARA).
Compute North abre falência e impacta ações da Marathon
No dia 22 de setembro, quinta-feira, a Compute North abriu um pedido de falência sob o capítulo 11 da legislação norte-americana. Demonstrando dificuldades financeiras em suas operações de mineração sustentável de bitcoin, entre outros serviços oferecidos pela empresa.
Falando com Steven Church e David Pan da Bloomberg, Kristyan Mjolsnes, chefe da equipe de marketing e sustentabilidade da Compute North, explicou que a empresa procura estabilizar as operações.
“A Compute North busca a oportunidade de estabilizar seus negócios e implementar um processo de reestruturação abrangente”, disse Mjolsnes. “[Isso] nos permitirá continuar atendendo nossos clientes e parceiros e fazer os investimentos necessários para atingir nossos objetivos estratégicos”, explicou o executivo da empresa.
O pedido de falência ocorreu após a empresa levantar cerca de US $410 milhões em capital e financiamento de dívida este ano.
A conta oficial da Marathon publicou no Twitter que: “Com base nas informações disponíveis no momento, entendemos que este pedido [de falência] não afetará nossas atuais operações de mineração.”
Apesar da declaração de que, mesmo com parte de sua hashrate sustentável possivelmente sendo cortada, isso não afetará a atividade de mineração da Marathon, suas ações despencaram em mais de 10% nas últimas 24 horas.
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