A impressão desenfreada de moedas no Brasil e no mundo já vem apresentando suas consequências em vários países.
No Brasil, hoje foi divulgado o IPCA de setembro, e um valor em específico chamou a atenção:
![Inflação 10,25%, 12 meses Brasil](https://cointimes.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Inflacao.jpg)
Em 12 meses, o principal índice que mede a inflação no Brasil, o IPCA, indica uma inflação de 10,25% nos últimos 12 meses. Um número que assusta, dado o passado não tão distante do país onde havia hiperinflação.
Desde a criação do Plano Real, em 1994, o Real já perdeu aproximadamente 86% do seu valor.
O real brasileiro bate mais um recorde atingindo seu menor poder de compra desde o início da moeda.
— Fernando Ulrich (@fernandoulrich) October 8, 2021
Depois do IPCA de setembro, o real perdeu 85,58% do seu poder de compra. Nossa moeda hoje compra apenas R$14,42 comparado a R$100 de 1994. https://t.co/2BGNeZc4kG pic.twitter.com/OItCdaWeEx
Em outras palavras, 100 reais hoje têm o mesmo poder de compra de 14 reais em 1994 (apenas 27 anos atrás).
Nos Estados Unidos, apesar de toda a impressão de moeda, a inflação demora mais tempo a ser sentida, e costuma impactar de uma maneira mais leve, já que o dólar é a principal moeda do mundo, e por isso sua inflação acaba sendo diluída, em certo grau.
Institucionais em busca de proteção
O Bitcoin acumulou um aumento de 24,4% em 1 semana, visitando preços muito acima da resistência de 50 mil USD. De acordo com uma nota compartilhada pelo JPMorgan, este rali do BTC deveu-se principalmente a investidores institucionais em busca de proteção contra a inflação.
O market cap do Bitcoin retomou um valor de mercado acima de 1 trilhão USD desde a manhã de quarta (6) e tem se mantido acima desta marca. Os preços atuais do Bitcoin não eram atingidos desde maio deste ano.
O ouro é tradicionalmente visto como o principal hedge (proteção) contra a inflação. Mas, nos últimos meses, observa-se uma grande valorização do preço do bitcoin, enquanto que a cotação do ouro ficou bem mais estável.
Para muitos, existe uma grande tendência de mudança de pensamento nos últimos anos: vários investidores (dos pequenos e médios aos grandes), parecem estar olhando para o bitcoin como um poderoso ativo de reserva de valor.
Claro que ele tem seus riscos, e que diferentemente do ouro, não se provou ainda por milênios, já que sua criação foi apenas há 12 anos.
Porém, comparando-se os dois, pode-se observar várias vantagens para o lado do bitcoin, como a facilidade de transferência e de custódia, além dos custos envolvidos nesses dois processos.
Levantando um outro ponto, qual dos dois é o mais deflacionário? Para os analistas do JPMorgan, investidores estão novamente preocupados com o aumento da inflação, o que despertou o seu interesse por um ativo deflacionário. Dessa vez, contudo, institucionais estão se mostrando mais interessados em Bitcoin do que no ouro.
O ímpeto em direção ao Bitcoin está em contraste com um relatório do JPMorgan de maio, quando analistas notaram que grandes investidores na época estavam trocando o Bitcoin pelo ouro tradicional.
O JPMorgan nomeou dois outros fatores por trás do rali atual. A primeira é a “recente garantia dos legisladores dos EUA de que não há intenção de seguir os passos da China para proibir o uso ou mineração de criptomoedas”.
A segunda é “o recente aumento da Lightning Network e das soluções de pagamentos layer 2 (2ª camada) ajudado pela adoção do Bitcoin em El Salvador.”
Sobre os ETFs que estão em processo de aprovação nos EUA, ao contrário de outros analistas nesta semana, o JPMorgan não citou especulações em torno da aprovação iminente de um ETF baseado em futuros de Bitcoin como um fator significativo para o aumento de preço.
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