A ditadura de Maduro fez a inflação na venezuela alcançar níveis inacreditáveis.
Entre os problemas estão: fome, violência, censura, repressão de idéias contrárias ao regime e hiperinflação, que colapsa a economia venezuelana.
Você pode entender melhor a crise dos nossos vizinhos, vendo esse vídeo curto e explicativo:
Esse texto se concentrará em um desses problemas, o da inflação na Venezuela.
Qual é o papel das criptomoedas?
O mercado ainda se pergunta qual é o papel das criptomoedas, se é ser um meio de troca ou se é ser um ativo de proteção contra crises econômicas e políticas, isto é, uma reserva de valor confiável, como o ouro.
O Bitcoin, a principal criptomoeda, reúne características que a torna interessante para as duas funções, entre elas: escassez legítima, infalseabilidade, durável, confiável, fácilidade no manuseio e velocidade.
As duas últimas características podem ser questionáveis a curto prazo. Porque o Bitcoin ainda não é fácil para a maior parte da população e ele ainda é uma tecnologia que não escala para uma ampla adoção no cotidiano.
Mas as outras características já são uma unanimidade para quem entende minimamente sobre economia monetária.
O Bitcoin é utilizado como refúgio da inflação na Venezuela
Até o momento, o colapso da moeda Venezuelana reforça a segunda alternativa: as criptomoedas, especialmente o Bitcoin, estão ganhando espaço como um ativo de proteção contra censura, violência e colapsos monetários.
O FMI previu uma inflação de 10.000.000% em 2019 para a economia da Venezuela.
O que isso significa? Duas coisas: o poder de compra do Bolívar venezuelano começou a derreter e a população perdeu confiança na moeda do seu governo. E o que acontece nesses casos? A imagem abaixo mostra:

Não existe nada mais triste do que a destruição de uma moeda, que por sua vez, destrói a riqueza de uma população.
Os venezuelanos sentem isso na pele e buscam refúgio em qualquer coisa que sirva como uma reserva de valor minimamente decente, alguns encontraram refúgio no Bitcoin e outros no Ouro.
Mas por que isso acontece? O Bitcoin é livre de qualquer decisão arbitrária de um político ou de um banco central. E principalmente: ele é inconfiscável. Isso significa que um governo não tem a capacidade de mandar “congelar contas de Bitcoin” como é feito com bancos.
Como o governo poderia confiscar um objeto que ele não sabe que você tem? Pois é, essa é uma vantagem das criptomoedas, em geral. No caso dos nossos vizinhos, existem poucas exchanges, e essas poucas estão sujeitas à repressão governamental.
O que aconteceu? Um imenso mercado negro se formou e a maioria das negociações se dá diretamente com as duas partes. Esses mercados negros não se formaram só para criptomoedas, mas para tudo: remédios, moedas estrangeiras e até comida.
Sabe o que isso significa? Fica mais difícil ainda para o governo controlar ou reprimir. As negociações se dão nas sombras, a maioria delas sem qualquer vestígio ou registro, dificultando ainda mais a fiscalização do governo.
Quer ir embora da Venezuela? Venda todos os seus bens, converta para Bitcoin, transfira para uma carteira e decore as 12 palavras-chave para recuperar seu saldo quando necessário. É isso, nice and easy.
Sua riqueza se torna extremamente móvel e você fica praticamente imune a confiscos de propriedade. Não sabe o que é isso? Experimenta tentar sair da Venezuela com Ouro, jóias ou dólares, é uma missão quase impossível.
E uma parte da população de lá parece ter aprendido a lição, é só ver o Volume de Bitcoins transacionados na madurolândia para chegar a essa conclusão.

Conclusão
A Venezuela mostra como a adoção de criptomoedas pode se dar mais rápida do que imaginamos. Devemos considerar ainda o seguinte cenário: a internet no país é extremamente reprimida e sujeita a censura. Imagina se fosse um ambiente tão livre e fértil como o nosso?
É o papel de criadores de conteúdo ajudarem na propagação das criptomoedas. É uma missão louvável e extremamente digna preparar terreno para quem está chegando.
Mas o que acontece na Venezuela mostra a maneira mais eficiente das criptomoedas ganharem espaço: com colapsos monetários e cenários de violência estatal.
Em cenários como esse, as pessoas correm para as criptomoedas por uma questão de necessidade, não porque o Bitcoin é mais legal.
Vale a leitura do texto abaixo:
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