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Kraken recebe grande número de candidatos após progressistas saírem da corretora

Jesse Powell, CEO da Kraken

O CEO da Kraken, Jesse Powell, afirmou em uma entrevista recente que a publicação de uma matéria negativa sobre a exchange no NY Times acabou sendo positiva para a empresa.

Na semana passada, funcionários insatisfeitos com a corretora americana de bitcoin Kraken vazaram conversas internas do Slack da empresa para jornalistas do NY Times. Nelas, diversos trabalhadores discutiam sobre questões de gênero, raça e outros assuntos polêmicos.

A guerra cultural da Kraken

De acordo com o jornal, Powell questionou seus funcionários sobre a escolha do uso de pronomes, quem poderia se referir a outra pessoa com a “palavra com N” (termo em inglês de conotação racista) e se a inteligência e o apetite a risco dos homens era comparável a das mulheres.

Em entrevista ao canal “This Week In Startups”, o empresário disse que as mensagens do Slack foram tiradas de contexto. Segundo ele, algumas pessoas começaram um debate sobre possíveis diferenças entre homens e mulheres quando o assunto é finanças. Isso levou a uma série de discussões que deu origem a diversos novos canais de comunicação no Slack, cada um sobre um tema polêmico.

Um dos pontos de discussão mais relevantes foi sobre pronomes. No curso da conversa, o CEO descobriu que algumas pessoas do time de recrutamento estavam perguntando para os candidatos da exchange sobre suas escolhas de pronome, o que resultou em algumas reclamações.

“Tivemos muitas pessoas nos relatando: “Ei, por que você está perguntando sobre minha identidade sexual?”. Algumas pessoas [consideraram a pergunta] intrusiva ou até ofensiva [por diferenças culturais].”, disse Powell. “Imagine que você é de uma cultura islã tradicional ortodoxa, mora na Arábia Saudita, e uma mulher que está te entrevistando para uma vaga de emprego diz “Ei, você é uma mulher ou um homem?”, enquanto você está lá com sua barba e tudo mais…”

Powell disse que entende que isso é feito em nome da inclusão, mas reclama que faltou sensibilidade às diferenças culturais. O executivo citou reclamações sobre o mero oferecimento da escolha de pronomes, pois candidatos de outros países, com níveis mais básicos de inglês tiveram dificuldades em entender o conceito e ficaram ansiosos sobre a possibilidade de errar os pronomes dos demais funcionários e ofendê-los.

O êxodo de progressistas e a chegada de novos currículos

Como resultado das discussões internas, conforme revelou o material do NY Times e Powell confirmou, a Kraken divulgou um longo documento explicando os valores filosóficos libertários da empresa e sua única missão de levar inclusão financeira para bilhões de pessoas ao redor do mundo. Junto com o documento, veio a oferta para qualquer funcionário que estivesse em desacordo com os valores da empresa a saírem com adiantamento de 4 meses de salário.

Até o momento, pelo menos 31 pessoas aceitaram o acordo, o que equivale a cerca de 1% da empresa. Por outro lado, de acordo com Jesse, o artigo supostamente negativo sobre a Kraken no jornal acabou se tornando um “fantástico anúncio de recrutamento”. “Recebemos muitos grandes candidatos entrantes por causa disso”, finalizou ele.

Veja a entrevista completa em inglês abaixo:

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