O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a criação de uma bolsa de valores nacional construída sob a blockchain da Ethereum. A lei foi publicada no Diário Oficial e faz parte de um conjunto de medidas para se contornar os bloqueios e sanções econômicas promovidas pelos Estados Unidos.
No início desta semana, Maduro também anunciou que pretende utilizar as criptomoedas no comércio internacional. A “Lei Antibloqueio para o Desenvolvimento Nacional e a Garantia dos Direitos Humanos” visa dar ferramentas para o governo venezuelano “derrotar todos os mecanismos de perseguição e bloqueio internacional”.
A bolsa de valores BDVE, baseada em blockchain do Ethereum, já foi lançada e tem como objetivo permitir que os venezuelanos negociem ações, títulos e imóveis digitalmente. Foi informado que a plataforma funciona baseada nos tokens ERC-233 e ERC-721. A BDVE passará por um período de testes de 90 dias, após isso será decidido sob o uso amplo da aplicação.
A Venezuela vem se destacando mundialmente na adoção das criptomoedas, tendo ficado em terceiro lugar, atrás somente de Ucrânia e Rússia, respectivamente. A população do país tem enormes incentivos econômicos para adotarem as criptos uma vez que a moeda fiduciária local foi destruída pelo governo de Nicolás Maduro.
Parece um contrassenso que o governo da Venezuela utilize criptomoedas para realizar negócios, porém a natureza do Bitcoin e de outras moedas digitais permitem que qualquer um às utilize para os mais diversos fins.
Contudo, o país tenta, a todo custo, controlar as criptos que estão sob custódia de sua população, porém essa pode ser uma tarefa praticamente impossível devido os princípios de antifragilidade e anonimato das criptomoedas. De certo, a Venezuela é um caso peculiar dentro do ecossistema, e os resultados desse experimentos só vão ser vistos em alguns anos.
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