Os dados on-chain mais recentes apontam para uma maior distribuição da riqueza na rede Bitcoin, com a porcentagem da oferta circulante na mão do varejo batendo recorde.
De acordo com dados da Glassnode, confirmados por pesquisa da IntoTheBlock, agora mais de 17% dos BTC em circulação estão em carteiras de investidores de varejo.
O analista Will Clemente publicou no Twitter um gráfico com esses dados, adicionando: “Ainda não é perfeito, mas é ótimo para um ativo de 12 anos e definitivamente tendendo na direção certa. A oferta de Bitcoin se dispersa ao longo do tempo, enquanto a base de detentores de fiat [dinheiro fiduciário] se concentra em baleias ao longo do tempo.”
A empresa de análise Glassnode define “varejo” por aqueles investidores que mantém menos de 10 BTC em carteira. E cada investidor é diferenciado não por endereço individual, mas por uma análise feita por clusters que ajudam a identificar que bitcoins espalhados em vários endereços provavelmente pertencem ao mesmo dono.
É notável que a tendência na rede é o aumento da distribuição de bitcoin para mais investidores de varejo. Os maiores crescimentos dessa métrica foram percebidos em períodos de alta de preços, entre 2011 e 2012, final de 2013 e 2017. Este ano foi uma exceção, onde uma alta parabólica foi percebida durante a baixa de 2022, provavelmente impulsionado pelo aumento da auto-custódia após o colapso de plataformas centralizadas.
Esses números contrastam com as críticas usuais de que o Bitcoin possui uma alta concentração de moedas nas mãos de poucas baleias. Em novembro de 2020, a Bloomberg noticiou que 2% das carteiras controlavam 95% de todos os bitcoins.
Em um artigo de resposta publicado em fevereiro de 2021, a Glassnode argumentou que esse dado polêmico não levava em conta a diferenciação entre tipos de endereços no ecossistema. O principal ponto aqui é que os bitcoins segurados em endereços de mineradores e exchanges tendem a ser distribuídos para outros players ao longo do tempo.
No estudo, a Glassnode chegou no seguinte gráfico:
Na semana passada, publicamos sobre outro recorde percebido pela famosa empresa de dados on-chain. Quando divididos entre holders de curto e de longo prazo, os endereços associados a moedas que ficam paradas por mais tempo chegaram a deter 72,3% da oferta em circulação.
Em outras palavras, isso significa que holders de longo prazo nunca tiveram tantos bitcoins, mesmo que a oferta esteja cada vez mais bem distribuída.
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