Investidores estão em pleno pânico no mercado acionário norte-americano, reduzindo suas alocações e aumentando os níveis de caixa em meio às expectativas cada vez mais baixas de crescimento econômico.
A pesquisa, divulgada na terça-feira (19), também indicou pessimismo sobre os lucros corporativos e a crença de que, embora seja provável que a inflação diminua, a estagflação (a situação simultânea de estagnação econômica, ou recessão, e altas taxas de inflação) não vai embora.
Além disso, existe ainda a probabilidade de grandes perdas em decorrência do medo de que os bancos centrais irão longe demais para derrubar as pressões de preços em alta. Em meio a todas essas notícias ruins, surge um pouco de esperança, e esse sentimento é tão extremo que poderia criar uma manifestação de alívio nos próximos dias.
Michael Hartnett, o principal estrategista de investimento do Bank of America, escreveu que, apesar dos fundamentos fracos, “o sentimento é de que as próximas semanas trarão uma elevação nos créditos e ações.”
Hartnett acredita também que, enquanto a inflação cai e o Fed muda o rumo de suas medidas até o natal, “ir contra a corrente do mercado no 3º trimestre é arriscado.”
A pesquisa de julho do BofA Fund Manager Survey relatou que, o momento presente é similar a setembro de 2008, momento do colapso do Lehman Brothers, que deu início ao pior da Grande Crise Financeira dos EUA, e serviu de referência para a profundidade do sentimento dos investidores e para as condições de liquidez do mercado.
As atuais alocações para ações tornaram-se as mais baixas desde outubro de 2008, mês após a queda do Lehman. O número de gestores que dizem estar assumindo riscos inferiores ao normal subiu 10 pontos percentuais em relação a junho, chegando a 58%.
Esse número supera os níveis Lehman, usados como indicadores de quanto medo está se espalhando em meio a uma economia em desaceleração, alta inflação e enfraquecimento dos lucros corporativos.
Os níveis de caixa, por sua vez, subiram para 6.1% das carteiras, meio ponto percentual acima do nível mais alto desde outubro de 2001. A expectativa líquida de 79% de uma economia mais fraca no próximo ano é a pior leitura da história da pesquisa, que acontece desde 1995.
Como parte desse panorama econômico sombrio, a maioria dos investidores, um recorde líquido de 90%, pensa que a inflação começará a cair, mas a estagflação persistirá.
Enquanto Hartnett alega que todo o pessimismo poderia estar aumentando as oportunidades de compra, o aumento do alívio poderia ser de curta duração: O Bank of America, na semana passada, reduziu suas perspectivas sobre o S&P 500 para o final do ano de 4.500 para 3.600, implicando uma queda de quase 7% em relação ao fechamento da segunda-feira (18).
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