O colapso multibilionário de duas das maiores empresas do mercado cripto pode nos ensinar muito sobre os riscos de se investir.
2022 foi um ano marcado por caos econômico. O SP500, principal índice do mercado acionário americano, caiu quase 20% no ano, o quarto pior resultado em mais de 60 anos. Entretanto, esse resultado negativo parece ínfimo em comparação ao mercado cripto: bitcoin e ether caíram em torno de 65%, enquanto Luna e FTT… bem, praticamente não existem mais.
É de conhecimento geral que cripto é um ambiente de extrema especulação. Investidores irresponsáveis, movidos pela ilusão de ganhos fáceis e rápidos, muitas vezes investem em projetos altamente duvidosos e acabam perdendo bastante dinheiro. Porém, o mais irônico e surpreendente é que os piores projetos de 2022 foram justamente aqueles mais apoiados por investidores de sucesso.
A Luna Foundation Guard conseguiu levantar US $1bi numa única rodada de investimentos em fevereiro de 2022. Entre os investidores estava o Three Arrows Capital, um dos fundos mais respeitados da indústria.
A FTX Trading não ficou muito atrás, levantando US $900mi em junho de 2021. A Circle, empresa por trás da USDC, e a Coinbase, uma das corretoras mais tradicionais do mundo, participaram da rodada de investimentos.
Nada disso impediu o colapso catastrófico desses dois projetos. Seus líderes, Do Kwon e Sam Bankman-Fried, conseguiram convencer vários dos investidores mais respeitados do mundo a investir bilhões de dólares nas suas iniciativas, que acabaram virando pó.
Isso serve de lição para qualquer um que queira investir, principalmente no mercado cripto. Independentemente de quantos bilhões um projeto consiga levantar ou o quão revolucionário ele aparente ser, sempre haverá a possibilidade do fracasso.
Além disso, devemos aprender que os responsáveis pelos nossos investimentos sempre somos nós mesmos. Nunca devemos seguir cegamente os investimentos de outras pessoas, independentemente do quão capacitadas ou mais experientes que nós elas aparentem ser.
A realidade é que o perfil de risco de um fundo de venture capital é muito diferente do de um jovem que gasta todo o contracheque nas contas do mês. Semelhantemente, o patrimônio de um investidor “tubarão” é muito discrepante do de um cidadão comum, apesar de que eu imagino que a maioria das pessoas prefira ter um patrimônio modesto do que esta tatuagem horrorosa de um provável scam.

Um termo muito repetido no meio cripto é DYOR, sigla em inglês para “faça sua própria pesquisa”. Ele se refere à necessidade de sempre realizar as devidas diligências antes de tomar uma decisão de investimentos, ao invés de ser um “maria vai com as outras”.
Mais do que um mantra religiosamente repetido pela comunidade cripto, o colapso de duas das maiores queridinhas da indústria provou que se trata de uma prática de prudência que pode ser altamente benéfica para o seu bolso.
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