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PF e Receita fazem operação contra negociações suspeitas de criptoativos

Polícia Federal

Nesta quinta-feira, a PF deflagrou a Operação Colossus para reprimir criminosos que utilizavam criptoativos para lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início a partir do Relatório de Inteligência Financeira, quando a Receita Federal indicou diversas movimentações bancárias suspeitas envolvendo a negociação de criptoativos. 

Como descoberto pelas autoridades, os investigados movimentaram mais de R $61 bilhões, supostamente de origem ilícita, através do sistema bancário brasileiro entre 2017 a 2021.

A operação foi concebida no Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da Superintendência de Polícia Federal em São Paulo, e contou com 170 policiais federais, cumprindo mais de 100 ordens judiciais em pelo menos sete estados brasileiros. 

Devido à “complexidade das operações financeiras analisadas,” os investigados foram divididos em três grupos. O primeiro, dos arbitradores, compravam grandes quantias de criptomoedas no exterior, em países como EUA, Cingapura e Hong Kong, para a venda no Brasil.

O segundo grupo eram as exchanges de criptomoedas, que compravam os ativos dos arbitradores para revender a pessoas físicas e jurídicas “com fortes indícios de envolvimento em ilícitos antecedentes.”

Por último, o terceiro grupo era formado por empresas de fachada, que adquiriam as criptomoedas das exchanges para praticar lavagem de dinheiro. Como ressaltado pela PF, dentre os clientes dessas empresas existiam até mesmo pessoas mortas e idosos com mais de 90 anos de idade.  Quando uma empresa de fachada era comprometida pela investigação policial, outra era aberta em seu lugar, havendo “casos de empresas de fachada que já estão na terceira geração.”

Além disso, um único contador era responsável por mais de 1.300 empresas, a maioria delas sendo fachada. “Durante o período investigado, as empresas administradas por esse contador movimentaram, aproximadamente, R $1 bilhão com os arbitradores e as Exchanges investigadas.”

Investigações provindas de operações passadas da PF ajudaram a Operação Colossus a apurar crimes relacionados ao tráfico internacional de drogas, organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional, pirâmides financeiras e lavagem de dinheiro. 

“Além desses, os indícios levantados apontam para a compra direta de criptoativos por traficantes de drogas, doleiros, contrabandistas e outros interessados em realizar operações de cripto-cabo,”

informa a PF.

Segundo a PF, todos os investigados nessas operações adquiriram milhões de reais em criptoativos com o objetivo de ocultar valores das autoridades locais e enviá-los para fora do país.  

Os resultados da Operação Colossus foram o cumprimento de duas ordens judiciais de prisão preventiva, bem como 37 ordens de busca e apreensão para 22 pessoas físicas e 15 pessoas jurídicas, incluindo seis exchanges, quatro instituições financeiras autorizadas pelo BACEN, e três escritórios de contabilidade.  

Logicamente, as plataformas utilizadas pelos investigados para movimentar dinheiro também foram investigadas durante a operação. No total, as autoridades emitiram pedidos de bloqueio dos bens digitais dos clientes suspeitos para 28 exchanges, que atuam no Brasil e no exterior.

“Comprar e vender ativos virtuais, assim como realizar operações de arbitragem não é crime. Porém, cada vez mais pessoas interessadas em ocultar a origem de recursos ilícitos tem feito uso deste tipo de artificio,”

assegurou a PF.

Os crimes em apuração vão desde evasão de divisas, lavagem de dinheiro a associação criminosa dentre outros. Segundo o relatório, as penas máximas somadas ultrapassam 30 anos de prisão.

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