Comentando sobre o recente hack no Twitter usado para roubar bitcoins, Emílio Surita – apresentador do Pânico na Jovem Pan – mostrou que desconhece sobre criptomoedas em uma declaração no mínimo infeliz.
Emílio Surita e o hack no Twitter:
No programa do dia 16 de julho, o apresentador recebeu o respeitado advogado Luiz Augusto D’Urso para discutir sobre o hack no Twitter, noticiado em primeira mão no Brasil pelo Cointimes (entre no nosso canal do Telegram para ficar informado assim que novas notícias saírem).
As dúvidas no programa foram muitas, começando pelo repórter Daniel Zukerman que estava preocupando com a rastreabilidade dos bitcoins roubados.
“Não tem uma conta? Como é que se rastreia esses caras? […] Como é que você determina agora com bitcoin, pois tem o blockchain e você tem que confiar em algum lugar, numa instituição, no banco a gente sabe né, eles investem lá e a gente sabe quem que é. Como vai regularizar essa moeda virtual que outras instituições estão tentando fazer?”
questionou Daniel Zukerman
Todos os bitcoins roubados em golpes (especialmente os mais notórios, como os do hack do Twitter) são monitorados constantemente, e a transparência do blockchain do Bitcoin ajuda autoridades nas investigações criminais.
Recentemente, a empresa de dados Chainalysis soltou um relatório mostrando o caminho dos bitcoins roubados, e diversas corretoras já se comprometeram a não aceitá-los para a conversão em outras moedas.
Para contra-argumentar com o Bitcoin, Emílio Surita puxa um talão de cheques da carteira e tentou fazer o ponto de que para realizar pagamentos em bancos, todos os dados dos envolvidos costumam ser registrados.
“Você pega um cheque e faz, lá você não acha. O “chequinho borracha” (cheques sem fundos) pelo menos a gente já conhece de muitos anos…”
Ao responder sobre os cheques, D’Urso afirmou que “não podemos demonizar o meio que é utilizado. Os cheques (também) tinham cheques sem fundo, cheques falsos, então sempre há fraudes relacionadas àquele meio de pagamento, àquela maneira de se fazer transações.”
Ele procede comentando sobre o blockchain, que é descentralizado (não necessita de intermediação de instituições financeiras, nem supervisão de governos), e do aspecto das carteiras offline (ou “carteiras frias”), que podem transportar Bitcoin sem o uso de internet. Exemplos comuns são carteiras de papel ou hardware wallets como as da Ledger.
Por conta disso, ele encerra afirmando que as chances dessas moedas serem devolvidas aos que caíram nos golpes, pelo menos, “seria muito difícil, raríssimo de acontecer”.
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Investir em Bitcoin é “como na dança das cadeiras”, diz Emílio
Saindo da argumentação dos cheques contra os bitcoins, Zukerman retorna perguntando “e não tem gente que investe em bitcoin?”. Emílio, rapidamente, retruca: “Tem o trouxa né”. Até que podemos ouvir: “trouxa, mas e você (Emílio) que ficou rico, né?”.
Esse comentário se refere à vez em que Emílio Surita afirmou, em um dos programas do Pânico, que “teria ficado rico com Bitcoin, graças a uma dica do Daniel Zukerman”.
“Tô muito feliz. Nunca pensei que isso fosse virar o que virou”, ressaltou Surita, afirmando que começaram a investir em 2010. Desde então, o Bitcoin multiplicou de valor em até 1.250.000 vezes (de ~ 0.008c para US$ 10 mil a unidade, atualmente).
Emílio então fala que “isso aí foi outra coisa”, e Zukerman completa dizendo que “saiu na hora certa” dos investimentos.
“Então, isso aí é a dança das cadeiras. Você não dançava na escola? […] Quando a tia parava a música, um sempre ficava em pé. Esse aí foi o trouxa que deu dinheiro [para os hackers do Twitter].”
Apesar de se mostrar contra o bitcoin, é possível que Emílio tenha apenas polemizado para gerar algum tipo de engajamento, como ele geralmente faz em seus programas. Mas dificilmente saberemos suas reais intenções.
Veja o vídeo completo da discussão:
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*Texto escrito com a colaboração de Neto G.