A empresa de pagamentos blockchain, Ripple, espera que os bancos dos EUA e outras instituições financeiras voltem a utilizar seu produto On-Demand Liquidity (ODL), que usa o XRP como uma ponte entre moedas fiduciárias para pagamentos transfronteiriços, após uma decisão mista em sua batalha legal com a Securities and Exchange Commission (SEC).
Stu Alderoty, Diretor Jurídico da Ripple, disse que a empresa com sede em São Francisco planeja iniciar conversas com empresas financeiras neste trimestre, durante uma entrevista à CNBC na sexta-feira. Questionado se os bancos americanos retornariam ao produto ODL da Ripple após a decisão, “Acho que a resposta para isso é sim”, disse Alderoty.
“Estamos esperançosos que esta decisão dê conforto aos clientes de instituições financeiras ou potenciais clientes para pelo menos iniciar uma conversa sobre quais problemas eles estão enfrentando em seus negócios em termos de transferência de valor entre fronteiras sem incorrer em taxas obscenas”, acrescentou Alderoty.
O Bank of America estava testando a tecnologia da Ripple em 2019, embora estivesse supostamente aguardando a conclusão do caso antes de qualquer outra parceria. A American Express e o Santander também se juntaram à empresa para pagamentos transfronteiriços em 2017. A maioria dos clientes da Ripple está atualmente baseada fora dos EUA.
Na semana passada, a juíza Analisa Torres do Tribunal do Distrito Sul de Nova York emitiu uma decisão sumária solicitada tanto pela SEC quanto pela Ripple na ação sobre se o XRP é um título não registrado.
O regulador de valores mobiliários (SEC) acusou a Ripple de levantar ilegalmente US$1.3 bilhão através da venda de XRP e também processou o CEO Brad Garlinghouse e o co-fundador Chris Larsen. A disputa girou em torno de saber se o token XRP, lançado pela Ripple, é um título não registrado e se a venda do mesmo é ilegal.
As alegações da SEC tiveram um impacto prejudicial nos negócios da Ripple, resultando na perda de clientes e investidores. A MoneyGram, uma grande empresa americana de transferência de dinheiro, suspendeu sua parceria com a Ripple em março de 2021 em meio ao processo.
Torres decidiu parcialmente a favor de ambos os lados. Ela concordou com o argumento da SEC de que os contratos de investimento institucional direto envolvendo o XRP eram vendas ilegais de títulos, mas tomou o lado da Ripple em outras vendas programáticas de “licitação cega”, onde a Ripple não sabia quem era o comprador, decidindo que essas não violavam as leis de títulos. As vendas arrecadaram $728.9 milhões e $757 milhões, respectivamente.
O preço do XRP disparou após a decisão mista, para aproximadamente para ser negociado a $0,95 pela primeira vez em mais de um ano, enquanto seu volume diário de negociação aumentou 18 vezes. O XRP é negociado a US$0,734 ou R$3,53. Atualmente, é a quarta maior criptomoeda, com uma capitalização de mercado de R$185 bilhões.
Alderoty disse que está confiante de que bancos e outros prestadores de serviços financeiros nos EUA começarão a adotar o XRP em transações transfronteiriças. Os comentários otimistas surgem após um tribunal dos EUA proferir uma decisão histórica na semana passada, determinando que o XRP não é necessariamente um título.
O provedor de soluções blockchain sediado em San Francisco espera abrir conversas com empresas financeiras dos EUA e oferecer a elas seu produto On-Demand Liquidity (ODL) no terceiro trimestre de 2023. A oferta ODL da Ripple usa o XRP como token nativo para transferências de dinheiro.
“Estamos esperançosos de que essa decisão dê conforto aos clientes das instituições financeiras ou potenciais clientes para pelo menos iniciar a conversa sobre quais problemas eles estão enfrentando em seus negócios, problemas reais em termos de transferência de valor entre fronteiras sem incorrer em taxas obscenas.” – Alderoty disse em entrevista à CNBC. Alderoty também disse que espera que o novo trimestre crie muitas novas conversas com clientes dos EUA, “e esperamos que algumas dessas conversas realmente se transformem em negócios reais”, acrescentou.
