Cointimes

Rússia quer “banir” Bitcoin e Tor, mas faz vista grossa ao mercado negro

Putin sorrindo no telefone

O governo russo decidirá nas próximas semanas o futuro da rede TOR e das criptomoedas no país, mas o que parece estar decidido é o futuro do mercado negro (ou vermelho) pelo governo russo. 

No dia 07/02, o Projeto Tor vai para a corte na Rússia. O Tor tenta levar liberdade para os usuários da internet por meio de ferramentas de anonimato e privacidade. Por conta disso, ele foi bloqueado por Moscou e agora está apelando em conjunto com ativistas de direitos humanos. 

Apesar das tentativas do governo, o Tor ainda pode ser acessado por meio de pontes anônimas que fazem o roteamento de tráfego. Atualmente, 15% de todo o tráfego da rede Tor vem da Rússia, em números isso significa que 300.000 russos acessam diariamente.

O bloqueio da rede é um precedente de péssimos tempos, outros países como China, Cuba e diversas ditaduras também já bloquearam o TOR.

“Particularmente nesses países mais autoritários, os governos se tornaram mais sofisticados em sua censura”, disse Funk. Eles não estão apenas bloqueando sites ou plataformas. Eles estão indo atrás da maneira como as pessoas acessam sites proibidos. 

Então são VPNs, coisas como Tor ou outros tipos de tecnologias de evasão. Ele fala com a compreensão das autoridades governamentais sobre como as pessoas usam diferentes ferramentas de evasão e, em seguida, tentando ir atrás disso de uma maneira mais sofisticada“, afirmou Allie Funk. analista sênior da ONG Freedom House. 

Até mesmo o Bitcoin está na mira de algumas autoridades russas. O Banco Central do país pediu o banimento das criptomoedas. Mas Putin e outros políticos acreditam que as criptomoedas podem servir como uma boa maneira de atrair dólares, investimentos e cobrar impostos. 

Conexão da Rússia com o maior mercado negro do país?

O governo russo parece que fará “vista grossa” não apenas às criptomoedas, mas também aos mercados ilícitos.

Como é o caso do Hydra, um marketplace de drogas de origem russa e atuante na esfera de poder de Moscou com suporte a Ucrânia, Bielorrússia, Cazaquistão, Moldávia, Armênia e Tajiquistão. 

Fundado em 2015, o projeto conseguiu fazer campanhas publicitárias agressivas no Youtube, sufocou os competidores por meio de supostos DDoS e viu todos os seus concorrentes presos. 

Apesar de algumas prisões em 2019 após um exposé do Hydra em um grande jornal local, os serviços do portal ainda continuam a todo vapor em 2022. 

No mesmo ano eles fizeram um ICO arrecadando US$146 milhões, com intenção de expandir internacionalmente, criar uma corretora de criptomoedas e um mensageiro anônimo. 

Em 2020 o Hydra foi responsável por 86,8% de todos os bitcoins vindos do crime nas exchanges russas e 31,2% no Reino Unido. São mais de 3 milhões de usuários, 100 mil transações por dia e uma receita estimada de 1 bilhão de dólares.

Por ter um tamanho tão absurdo com tão pouca preocupação do governo russo em fazer investigações e prender os responsáveis pelo site, surgiu o rumor que o próprio governo estaria fazendo vista grossa. 

Segundo essa teoria, o Hydra faria parte da máfia russa com conexões diretas com o Kremli.  

Não seria a primeira vez que um governo rodaria um site de venda de drogas ilegais. A operação Onymous permitiu que agências governamentais observassem e tomassem controle do Silk Road 2.0 e diversos outros, resultando em diversas prisões. 

Em 2017 o governo dos EUA lançou a operação Bayonet após ter sob seu controle os serviços do marketplace mais famoso do Tor na época, o Alphabay.

Será que os interesses do governo em censurar opositores ficará acima de ganhar dinheiro? Veremos no dia 07.

Quer mais notícias sobre o mercado de criptomoedas? Entre no Telegram do Cointimes.

Leia outros conteúdos...

© 2024 All Rights Reserved.

Descubra mais sobre Cointimes

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading