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Banco da Rússia pede proibição de mineração e negociação de criptomoedas

Rússia proíbe bitcoin

Em outubro, o líder russo Vladimir Putin elogiou as criptomoedas como uma possível ferramenta para ajudar a desmantelar o sistema financeiro global baseado em dólar. Porém,  o relacionamento dos reguladores financeiros russos com as criptomoedas é um pouco mais complicado.  

Depois de terem impedido o uso de criptomoedas para pagamento, agora, os reguladores financeiros do país estão pressionando por uma proibição no estilo chinês da mineração de criptomoedas, algo que poderia atrapalhar a rede internacional que suporta criptomoedas populares como bitcoin e ethereum.

Banco Central da Rússia proíbe criptomoedas

Em um relatório publicado na quinta-feira, o Banco Central da Rússia pediu a proibição total das criptomoedas. Suas descobertas foram apresentadas durante uma coletiva de imprensa online liderada por Elizaveta Danilova, diretora do Departamento de Estabilidade Financeira do Banco da Rússia. 

Elizaveta Danilova – Fonte: Banco da Rússia 

O relatório afirma que as criptomoedas se tornaram amplamente utilizadas em atividades ilegais como fraudes. Por causa disso, a Rússia precisa de novas leis que efetivamente proíbam qualquer atividade relacionada a criptomoedas no país. Essa proibição deve se aplicar a exchanges, negociação de balcão (OTC) e negociação peer-to-peer (P2P), disse o relatório.

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O banco, portanto, sugere que a Rússia precisa de novas leis e regulamentos que proíbam efetivamente qualquer atividade relacionada a criptomoedas no país. Em particular, a emissão de criptomoedas e a organização de sua circulação na Rússia devem ser proibidas. 

Impactos na mineração 

O maior problema destacado no relatório é a mineração, que floresceu em toda a Rússia nos últimos anos. Atualmente, a Rússia é o terceiro maior player na mineração de bitcoin, atrás apenas dos EUA e da antiga República Soviética do Cazaquistão. Em agosto de 2021, os mineradores russos representavam 11,2% do hashrate da rede bitcoin. 

Mapa de Mineração de Bitcoin

Mapa de mineração de bitcoin – Fonte: Cambridge Bitcoin Electricity Consumption index 

O relatório do Banco Central russo afirmou que a proliferação de operações de mineração em toda a Rússia criou problemas para o consumo de energia. Por causa disso, “a melhor solução é proibir a mineração de criptomoedas na Rússia”. 

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O relatório não apenas caracterizou a criptomoeda como um esquema Ponzi sofisticado, como também afirmou que a criptomoeda é uma ameaça à “soberania” da política monetária da Rússia. 

Tensão política: envolvimento da Rússia em ataque cibernético contra a Ucrânia

O esforço para banir as criptomoedas ocorre em meio a uma repressão de longo alcance à oposição do governo e à mídia independente após a prisão de Alexey Navalny, advogado, ativista, blogueiro e político russo há um ano.

Além disso, o clima político entre Rússia e Ucrânia só aumenta enquanto o presidente Vladimir Putin enfrenta o Ocidente em uma crise de segurança na Europa que pode se transformar em um conflito aberto.

A Rússia reuniu dezenas de milhares de soldados perto das fronteiras da Ucrânia no que Kiev e seus aliados temem que possa ser uma preparação para uma nova ofensiva militar contra a Ucrânia.

A Alemanha sinalizou na terça-feira que poderia interromper o oleoduto Nord Stream 2 da Rússia se Moscou invadir a Ucrânia.

Além dos ataques por terra, existem indícios de envolvimento da Rússia em um ataque cibernético contra a Ucrânia. A Microsoft Security publicou neste domingo (16) um alerta por causa de um wiper descoberto em clientes da empresa na Ucrânia. Embora o vetor não tenha sido declarado, é razoável supor que esteja vindo por meio de campanhas de phishing. 

O malware opera em duas etapas e entra em ação quando a máquina entra em shut down. Ele regrava o MBR do disco, deixando uma tele com pedido de resgate e um ID do comunicador Tox para contato – Fonte: microsoft

O alerta da empresa está sendo feito porque o comportamento do wiper e suas consequências são semelhantes ao do NotPetya, que em 27 de junho de 2017 atacou inicialmente a Ucrânia e num único dia se espalhou por 155 países, causando a destruição de sistemas. Esse é considerado até hoje o mais destrutivo dos ataques cibernéticos. 

indícios que levaram a comunidade de segurança a acreditar que o ataque teve origem na Rússia.

Foram atingidos nesse ataque empresas como Mondelez, Merck, FedEx, Maersk. A contaminação foi descoberta em órgãos do governo, empresas de tecnologia da informação e organizações não-governamentais, todos na Ucrânia.

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