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Talibã criminaliza cripto no Afeganistão e começa a prender traders

Kabul, Afeganistão/Mohammad Husaini via Unsplash

O banco central do Afeganistão impôs uma proibição nacional das criptomoedas neste mês, e o regime talibã prendeu vários traders que desafiaram as ordens de parar de negociar tokens, de acordo com um alto funcionário da polícia.

A repressão veio depois que alguns afegãos passaram a usar criptomoedas para preservar sua riqueza e mantê-la fora do alcance do Talibã. A alternativa se tornou uma forma popular de mover dinheiro para dentro e fora do país, que está fora do sistema bancário global devido a sanções.

Países como Singapura, EUA e Coreia do Sul estão estão fortalecendo as regulamentações sobre a indústria cripto após o colapso do mercado, que destruiu cerca de US $2 trilhões em riqueza, e levou várias empresas de alto nível à falência. 

Mesmo que as proibições definitivas sejam muito mais raras, o Afeganistão agora se junta à China, que declarou ilegais todas as transações cripto em setembro de 2021.

Em conversa com a Bloomberg, Sayed Shah Saadaat, chefe das investigações criminais na sede da polícia em Herat disse: 

“O banco central nos deu uma ordem para impedir que todos os traders, indivíduos e empresários negociem moedas digitais fraudulentas como o que é comumente chamado de Bitcoin.”

De acordo com Saadaat, 13 pessoas foram detidas, embora a maioria delas tenham sido libertadas posteriormente sob fiança. Além disso, mais de 20 empresas ligadas a criptomoedas também foram fechadas na cidade de Herat, a terceira maior cidade do Afeganistão.

No ano passado, um relatório da empresa de pesquisa Chainalysis classificou o Afeganistão como um dos 20 principais países do mundo em termos de adoção cripto. Os resultados foram ponderados pela paridade de poder de compra per capita, o que favorece as nações mais pobres.

O Talibã em fevereiro disse que estudaria se tokens podem ser permitidos sob as práticas financeiras islâmicas, já que eles estavam analisando todas as opções para reanimar a economia, que entrou em colapso após a retirada das forças norte-americanas no ano passado, abrindo o caminho para o Talibã tomar o controle.

Alguns estudiosos religiosos há muito previam que o Talibã acabaria proibindo criptomoedas porque é considerado “haram,” ou proibido aos muçulmanos por ter elementos de apostas e incerteza. 

Entretanto, outros países de maioria muçulmana adotaram uma abordagem mais indulgente. Por exemplo, os Emirados Árabes Unidos permitem o uso de cripto na zona livre de Dubai.

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