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Trader desvia R$8 milhões de prefeitura e perde na bolsa de valores

Trader perde dinheiro da prefeitura na bolsa

Neste domingo (2), o programa Fantástico, da rede Globo, relatou que o tesoureiro de Dom Pedro de Alcântara, pequena cidade do Rio Grande do Sul, sumiu com metade do orçamento de 2021 da prefeitura. Ele havia arriscado o dinheiro na bolsa de valores para recuperar suas perdas com trade.

Os demais funcionários da prefeitura afirmaram que “ficaram sem chão” pensando na população. A reportagem mostrou diversas obras que seguirão inacabadas este ano por conta do rombo nas contas públicas, além de pessoas que ficaram sem alguns serviços públicos normalmente prestados pela cidade.

De acordo com as investigações, o responsável pelo desvio milionário é Simão Justo dos Santos, o tesoureiro da cidade. O gerente de um dos bancos que a prefeitura tem conta avisou o prefeito e o vice-prefeito de transações suspeitas. Logo os servidores perceberam transferências e depósitos no valor de R$ 50.000 da prefeitura para a conta de Santos.

Os desvios começaram em março de 2020, no início da pandemia. No total, foram 8 milhões de reais que sumiram das contas públicas. De acordo com depoimentos do tesoureiro à polícia, ele pensou em utilizar o dinheiro para cobrir suas perdas na bolsa de valores.

“Ele imaginou que retirando da prefeitura ele conseguiria apostar nessas bolsas, investir nas bolsas, retirar o que ele havia perdido e num segundo momento devolver para prefeitura municipal.

Mas o que aconteceu na verdade é que ele perdeu o dinheiro dele e também o dinheiro da sociedade, da prefeitura municipal.”, disse Nadine Anflor, chefe da Polícia Civil de RS à reportagem da Globo.

Segundo um estudo de economistas da FGV, cerca de 99% das pessoas perdem dinheiro no day trade, atividade extremamente arriscada na bolsa de valores. E, de forma similar a um cassino, geralmente quanto mais se joga mais se perde dinheiro.

O tesoureiro é acusado do crime de peculato, que consiste em se aproveitar do cargo público para desvio e apropriação de bens. Como o processo corre em sigilo, Simão Justo dos Santos e seu advogado escolheram não comentar o caso.

Veja também: Brasileiro comete suicídio após se endividar em R$200 mil com day trade

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