O novo sistema de verificação do Twitter, criado por Elon Musk, já fez com que diversas pessoas fossem banidas por criarem contas-paródia com o selo. Mas o problema passou de piadas na internet para a queda nas ações de empresas listadas na bolsa de valores norte-americana.
Contas falsas abalaram a indústria farmacêutica
O novo sistema de verificação da rede social permite que qualquer conta seja verificada por US $8 ao mês. A mudança estimulou o surgimento de contas falsas, personificando celebridades, políticos, figuras históricas e até mesmo empresas.
Ao efetuar o pagamento e receber seu selo de verificação, uma conta falsa da farmacêutica Eli Lilly (LLY) afirmou em um tweet que “agora a insulina é de graça.” No momento da redação, a conta falsa deixou de ser verificada e tem os tweets privados, mas o post levou horas para ser derrubado, acumulando milhares de likes e centenas de retweets espalhando a mensagem:
Esse tweet pode causar estranheza para alguns brasileiros pois, desde 2018 a insulina é distribuída gratuitamente pelo SUS, destinada a pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 em todo o Brasil.
Entretanto, nos EUA não existe sistema de saúde pública. Com isso, mesmo que os medicamentos sejam indubitavelmente necessários para que uma pessoa se mantenha viva, como é o caso da insulina para indivíduos com diabetes tipo 1, quem deve arcar com as contas da farmácia é o próprio enfermo.
Os preços da insulina se tornaram um grande problema nos Estados Unidos, onde não existem genéricos. Por lá, contas médicas chegam a causar a falência de muitos indivíduos, quando estes não optam pela morte.
O perfil oficial da empresa, que obteve seu selo de verificação com as regras pré-Musk, fez uma publicação tentando esclarecer o assunto:
“Pedimos desculpas àqueles que receberam uma mensagem enganosa de uma conta falsa da Lilly,” disse a empresa.
Mas isso não impediu que as ações da LLY caíssem nas negociações de hoje.
Ações afundam por conta do Twitter de Musk
A queda nas ações da LLY também se estendeu a seus rivais. As empresas Eli Lilly, Novo Nordisk (NVO) e Sanofi (SNY) fornecem 100% da insulina usada nos Estados Unidos e, com isso, as ações da NVO caíram 3,2%, e as ações da SNY caíram 4%.
Somente no terceiro trimestre deste ano, os produtos de insulina da LLY geraram mais de US $878 milhões em vendas. Em seu site, a farmacêutica oferece um programa no qual a insulina custaria US $35 (cerca de R$186) por mês, como uma ajuda de custos para diabéticos.
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