Um homem que passou 13 anos em Wall Street alega que algumas pessoas nas finanças tradicionais não entendem a história ou as propriedades do dinheiro.
John Haar, um antigo membro da divisão de Gestão de Ativos do Goldman Sachs, publicou um artigo controverso detalhando o que ele percebia ser opiniões comuns sobre Bitcoin, dinheiro e economia em Wall Street.
Ele listou várias razões pelas quais os membros das finanças tradicionais se opõem ou não apreciam o potencial do Bitcoin como dinheiro global.
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Ignorância da história econômica
Como explicado em um post para o blog da Swan, Haar disse que nem todo mundo no mercado dedicou tempo para entender a história ou os fundamentos do dinheiro.
Por exemplo, segundo Haar, alguns investidores tradicionais não compreendem as características que fizeram do ouro o dinheiro historicamente dominante: durabilidade, divisibilidade, capacidade de reconhecimento, portabilidade e escassez.
Por extensão, isto poderia explicar a compreensão de Wall Street sobre o Bitcoin, que é frequentemente referido como “ouro digital” por possuir estas qualidades “de maneira ainda mais forte.”
Em seu Twitter, ele demonstrou certa evolução em como as pessoas entendem e percebem o Bitcoin:
“Na medida em que aqueles que trabalham nas finanças tradicionais têm qualquer opinião sobre a história ou fundamentos do dinheiro, ela é quase inteiramente moldada pela economia keynesiana”, disse ele, “e talvez pela teoria monetária moderna em anos mais recentes”.
Tanto a teoria econômica keynesiana quanto a teoria monetária moderna defendem o controle centralizado da oferta de dinheiro de uma nação para administrar a economia.
O Bitcoin, ao contrário disso, assemelha-se a uma commodity, com uma oferta absolutamente fixa que ninguém pode mudar.
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Visão econômica privilegiada
A visão de mundo das finanças tradicionais está geralmente contida em países desenvolvidos com moedas relativamente estáveis e direitos de propriedade garantidos. Sob tais circunstâncias, a necessidade do Bitcoin é menos aparente do que para os cidadãos da Argentina, Turquia, Venezuela, Nigéria, e similares, onde a adoção do Bitcoin é bastante elevada.
Com isso, Haar conclui que a maioria das pessoas nas finanças tradicionais que se opõem ao Bitcoin não chegaram a sua posição através de profunda pesquisa ou compreensão, uma vez que, teoricamente, o Bitcoin poderia permitir que as pessoas armazenassem sua riqueza sem “investir” seu dinheiro.
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