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A crise chegou: Rendimento dos títulos públicos colapsam

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Os títulos do governo dos EUA estão demonstrando seu apelo como um último refúgio para investidores com medo de outra crise global, desta vez provocada pelas consequências econômicas do coronavírus.

A dívida do governo atingiu outro marco histórico na sexta-feira, com os rendimentos de 30 anos nos EUA marcando a maior queda desde 2009 e as taxas de 10 anos da China caindo para o mais baixo desde que o país estava lutando contra a deflação em 2002.

Os rendimentos alemães caíram para um mínimo recorde e a taxa da dívida de curto prazo do Reino Unido se aproximou de zero. Enquanto isso, os bancos centrais estão tomando atitudes emergenciais para estimular a economia, mesmo que isso não tenha funcionado no passado.

As quedas foram tão bruscas que correm o risco de afetar outros setores da economia, como o crédito. A grande pancada nos tesouros mundiais reduziu os índices de referência de ações na Ásia e na Europa.

Enquanto isso, muitos economistas já estão achando normal para o mundo desenvolvido de hoje o rendimento zero para títulos públicos, ou ainda as taxas negativas.

“É um mercado insano – os investidores estão redefinindo a ideia de distribuição de riscos”, disse Shaun Roache, economista-chefe da Ásia-Pacífico na S&P Global Ratings.

colapso do rendimento dos títulos soberanos
O retorno de títulos dos governos dos EUA, Austrália e Nova Zelandia em queda livre. Fonte: Bloomberg.

O corte emergencial de 50 pontos base da taxa de juros do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) nesta terça-feira, afetou o mercado de ações. Mas, para títulos, é essencialmente uma via de mão única.

Os rendimentos do Tesouro americano em dez anos são considerados uma das métricas mais poderosas do mercado financeiro global, e eles acabaram de atingir uma queda de aproximadamente 80 pontos base em três semanas.

Essa é uma movimentação não vista desde as consequências da falência da Lehman Brothers Holdings Inc. na crise de 2008, quando o Bitcoin surgiu.

Mas a tendência tem sido tão implacável quanto a disseminação do próprio coronavírus, com novas ondas de infecções e reduções nas previsões de crescimento, gerando novos fluxos de entrada para títulos de baixo risco.

Corrida para o zero

No Reino Unido, os rendimentos de dois anos em um ponto da manhã de sexta-feira pairavam apenas 10 pontos base acima de 0%.

“A corrida para o zero está acabando”, disse Vishnu Varathan, chefe de economia e estratégia do Mizuho Bank Ltd. Vários títulos do governo estão chegando a zero de rendimento para os credores.

Todo esse crash está servindo para mostrar a utilidade dos hedges nas carteiras dos investidores. Bitcoin está apresentando uma valorização de 27% desde o começo do ano até hoje. O ouro, uma reserva de emergência outrora difamado, aumentou 11%.

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