Logo após o Twitter explodir com a hashtag “#PicPayDevolveMeuDinheiro”, o Nubank também foi alvo de críticas e desconfianças na rede social. Os clientes postaram diversos prints do saldo sumindo com os dizeres “Ajuste realizado“.
Enquanto o PicPay indicou que o problema nos pagamentos se davam por instabilidades do Caixa Tem, banco digital da Caixa que processa os pagamentos do auxílio emergencial, o Nubank teve um problema diferente.
Em email para clientes, o Nubank alega que foi informado pela Caixa Econômica Federal (CEF) de que pagamentos entre abril e junho para ‘Nucontas’ haviam sido creditadas com quantias a mais, “que deveriam ser recuperadas”.
Segundo relatos nas redes sociais, diversos valores começaram a sumir da conta dos clientes, geralmente por volta de R$ 600, já indicando que seriam valores provenientes da Caixa.
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Repercussão nas redes sociais
Imediatamente após realizar o reajuste, a fintech subiu aos trending topics do Twitter com inúmeros usuários pedindo para a empresa que revisassem e retornassem os valores retirados das contas.
Sempre trabalhamos com muita transparência e queremos te pedir desculpas por esse ocorrido.
— Nubank (@nubank) July 8, 2020
Devido a uma falha da Caixa Econômica Federal, parte dos nossos clientes recebeu uma quantia superior ao valor correto após fazer o pagamento de alguns boletos. (+)
Após os clientes contestarem os supostos pagamentos duplicados ou enviados a mais, indicando inconsistências nas informações da Caixa, o Nubank suspendeu a “recuperação” destes supostos valores a mais, e afirmou que iria estornar o dinheiro, enquanto espera novos esclarecimentos da CEF.
A Caixa, por sua vez, se defendeu ao afirmar que “apesar do aplicativo estar funcionando normalmente, o sistema está sujeito a instabilidades devido ao grande volume de usuários”, algo em torno de 500 mil pessoas por hora.
Por conta disso, e da velocidade na entrega do auxílio emergencial, é que algumas pessoas optaram por receber o crédito do governo em contas bancárias das fintechs, como o PicPay e o Nubank.
@nubank vcs podem explicar e justificar o que quiserem, mas o que fizeram foi uma completa falta de respeito. Chegar e simplesmente debitar dos clientes de vocês, sem aviso prévio ou um pedido de esclarecimento, não tem justificativa. COBRANÇA INDEVIDA RESSARCIMENTO EM DOBRO!!!
— Michelle Souza (@MiSouzaffc) July 8, 2020
Em conversa com o Nubank, uma cliente chamou o “ajuste” de cobrança indevida, pedindo o estorno dobrado, fazendo alusão ao artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor: ‘O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável’.
Se processos surgirem do ocorrido, caberá a Justiça decidir se esse entendimento cabe nesta situação. Na comunidade do Nubank, um post fixado explica o problema do ponto de vista do banco digital, mas os clientes não parecem satisfeitos:
Entenda como a suposta instabilidade da Caixa Tem também afetou no mesmo dia o aplicativo de pagamentos PicPay: #PicPayDevolveMeuDinheiro bomba no Twitter, o que está acontecendo?
Dinheiro em banco ou aplicativos de pagamentos estão na posse de terceiros e dependem de confiança, diferente do Bitcoin que as posses das carteiras são determinadas por criptografia. Apenas quem detém as chaves privadas conseguem “aprovar transferências” das moedas.
Entenda melhor sobre o que é Bitcoin e como funciona neste vídeo: