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Bitcoin performou 1000 vezes melhor que fundo de Henrique Bredda

Henrique Bredda

Este ano tem marcado a entrada de diversos investidores institucionais no universo das criptomoedas, com dezenas de empresas listadas em bolsa comprando bitcoin. Mas nem isso convenceu Henrique Bredda, um dos maiores gestores do país, a comprar bitcoin. Por que os investidores brasileiros são avessos ao bitcoin?

Em 2018, Henrique Bredda – gestor do fundo Alaska Black – soltou uma opinião polêmica sobre o bitcoin. Para ele, o sistema da criptomoeda era muito complexo e por isso recomendou não comprar o ativo digital.

Acontece que, mais uma vez, um crítico do bitcoin “queimou a língua”. A criptomoeda valorizou 73% em dólar do dia em que Bredda se pronunciou até hoje. Ou seja, se você tivesse investidor apenas R$20 mil em btc, teria hoje o equivalente a R$ ~34.600,00. 

Enquanto o bitcoin valorizou mais de 183.000% de 2011 até hoje, o mais antigo fundo do Alaska Black enxergou quase 180% de crescimento no mesmo período.

rendimentos do Alaska

Embora a rentabilidade tenha se provado boa no longo prazo (apenas os fundos mais recentes estão no prejuízo), os últimos 12 meses jogaram fora metade dos ganhos do segundo maior fundo do Alaska.

O maior produto da empresa, o fundo “long only” Alaska Black Institucional FIA, com quase R$ 2 bi em patrimônio, apresentou valorização de 136,42% desde seu início em 2017. No mesmo período, o preço do btc subiu 1.931%.

Por que Bredda não gosta de um ativo como o Bitcoin? 

Mas mais importante que preço são os fundamentos, e Henrique Bredda explicou exatamente porque não gosta de criptomoeda. Ela simplesmente não se encaixa em seu perfil de investimento, que é semelhante ao de Warren Buffett: acumular ativos geradores de caixa.

Quando seus seguidores questionaram se o ouro não sofreria do mesmo “problema”, Bredda respondeu com uma frase de Charlie Munger, parceiro de Buffett na Berkshire Hathaway.

“Eu acho que ouro é uma coisa ótima para costurar em suas roupas se você é de uma família judia em Viena em 1939, mas as pessoas civilizadas não compram ouro, elas investem em negócios produtivos”.

Nem ouro nem bitcoin são ativos geradores de caixa, ambos se encaixam mais no conceito de commodities, ativos escassos que perduram no tempo. E ignorá-los pode custar muito caro.

Em uma excelente série de tweets de setembro de 2019, Bredda explica sobre uma “grande preocupação” que possui. Nela, ele fala sobre o motivo de grandes crises e dos desastres da flexibilização quantitativa, a emissão desenfreada de dívida pública.

“O quantitative easing, com o objetivo de gerar inflação (ou salvar banqueiro?), gerou ou não gerou inflação? Não e sim. Não gerou inflação de consumo. Mas gerou inflação de ativos.”, disse ele. “Se você não se deu conta ainda que compra cada vez menos ativos, bens de capital, ao longo dos anos, você ainda não percebeu que está tendo perda de capital. Isso é andar para trás. Cuidado.”

O que Bredda ainda não percebeu é que o bitcoin está livre do QE dos bancos centrais e além disso, ele é um bem impossível de confiscar quando tomadas as devidas medidas de segurança. Vale lembrar que até mesmo Warren Buffett mudou de estratégia e começou a se expôr ao ouro, quem sabe não veremos Bredda virando o Buffett brasileiro ao comprar bitcoins no futuro?

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