Em uma reviravolta inesperada, a Bitmain, gigante na fabricação de plataformas de mineração de criptomoedas, revelou planos para lançar sua nova máquina especialmente projetada para minerar a moeda digital focada em privacidade, Monero (XMR). Com lançamento previsto para 4 de setembro, o muito aguardado Antminer X5 é apresentado como o pioneiro “minerador XMR profissional”, ostentando uma impressionante taxa de hash de 212 kilohash por segundo (KH/s).
Apelidado de Antminer X5, o preço deste poderoso minerador continua sendo um mistério, gerando burburinho em todo o universo cripto. Para alimentar a expectativa, a Bitmain lançou um desafio nas redes sociais, incentivando os usuários a especularem o valor de lançamento. Aqueles que acertarem dentro de uma margem de 5% terão a chance de ganhar um voucher Bitmain de $1.000, enquanto palpites dentro de uma margem de 10% podem render um voucher de $500.
Das informações reveladas até agora, as credenciais do Antminer X5 não deixam a desejar. Além de sua taxa de hash de 212 KH/s, ele exige 1.350 watts de sua fonte de energia e apresenta uma taxa de eficiência de 6,37 joules por kilohash. Após seu lançamento em 4 de setembro, o envio está programado para começar em 10 de setembro. Métricas atuais indicam que a taxa de hash da rede Monero está em notáveis 2,06 gigahash por segundo (GH/s), o que equivale a cerca de 2,06 milhões de KH/s.
O anúncio causou impacto na comunidade XMR, conhecida por seu compromisso inflexível com a privacidade. Historicamente, a comunidade tem resistido firmemente aos circuitos integrados específicos de aplicação (ASICs), muitas vezes recorrendo à bifurcação (fork) como medida de contra-ataque ao desenvolvimento de ASIC.
Corrida de gato e rato
Inicialmente, a primeira criptomoeda foi criada com o objetivo de que 1 cpu pudesse ter 1 poder de voto, descrito no white paper do bitcoin como one-CPU-one-vote. Contudo, máquinas específicas para minerar criptomoedas foram criadas (as ASICs), dificultando que o cidadão comum pudesse minerar bitcoins em casa de maneira lucrativa sem um hardware extremamente custoso.
A comunidade do Monero acredita que as ASICs afetam a descentralização da rede, dificultam o acesso de pequenos empresários/investidores, além de dar enorme poderes a grandes corporações e bilionários do sistema bancário atual.
Por esse motivo, foi desenvolvido o RandomX, um algorítimo que dificulta a criação de ASICs para o Monero. Apesar de especulações sobre a existência de soluções de mineração, não há qualquer ASIC de Monero disponível no mercado até agora.
Com o lançamento da solução da Bitmain, após 4 anos sem ASICs, a comunidade se apressa para mudar o código do algorítimo e quebrar qualquer possibilidade de uma máquina específica para minerar XMR. É uma corrida de gato e rato, onde a comunidade tenta criar novos algorítimos e as empresas investem em novos hardwares.
