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Casal bitcoiner brasileiro vai para El Salvador em trabalho voluntário

Lorenzo e Maria Fernanda na praia, com prancha de surf olhando o horizonte, com o símbolo do Bitcoin no lugar do sol. - Casal Bitcoiner

Em uma lua de mel inusitada, um casal bitcoiner brasileiro decidiu viver a realidade do primeiro país que adotou o bitcoin como moeda e viajam para El Salvador em trabalho voluntário para a BitcoinSmiles. Conheça a história de Lorenzo e Maria Fernanda Luz.

Conversei com o casal na tarde desta terça-feira, 31 de maio, em uma entrevista muito agradável e vou contar para vocês um pouco do que conversamos.

De melhores amigos a casal bitcoiner

Lorenzo (@lorenzo_lfm) e Maria Fernanda Luz (@mafeluzz) têm aquela história de amor que quase lembra um romance fictício escrito por um roteirista apaixonado e não, eles não se conheceram por conta do Bitcoin, antes que você pergunte – eu perguntei.

A história do casal bitcoiner começou há 10 anos, de uma forte amizade que surgiu após o término de namoro em uma escola de Santa Catarina. Antes de começar o novo namoro, foram melhores amigos durante dois anos.

O relacionamento amadureceu, assim como a união, e há duas semanas celebraram o casamento – oficializando a vida à dois que já acontecia há mais de um ano, com o casal dividindo a mesma residência, além dos sonhos e da paixão pelo sistema de dinheiro eletrônico peer-to-peer que revolucionou a humanidade e nossa interação com a moeda.

Casal bitcoiner - Lorenzo e Maria Fernanda abraçados na praia.

Como eles conheceram o Bitcoin

Tanto Lorenzo, quanto Maria Fernanda se identificam como libertários, mas o primeiro contato com o Bitcoin foi muito mais em uma busca por investimentos que pudessem oferecer bons retornos financeiros – como a maioria de nós, convenhamos.

Assim como seu relacionamento de casal evoluiu e amadureceu, o mesmo aconteceu com o relacionamento dos dois com a tecnologia e a ideologia por trás do BTC.

Lorenzo foi quem deu o primeiro passo de imersão na comunidade bitcoiner, fazendo seus primeiros investimentos em 2017, depois de entender a parte econômica do ativo com os vídeos de Fernando Ulrich – que conheceu através de vídeos do Raphael Hide.

Infelizmente, em 2018, o mercado passou pelo duro inverno cripto, que trouxe perdas para o recente investidor.

Em 2019, Lorenzo foi apresentado ao livro The Bitcoin Standard (Saifedean Ammous), que foi o momento da “virada na chave” sobre a importância do bitcoin, que motivou dezenas de gigantes monólogos na vida dos namorados, sobre tudo o que envolve o ecossistema. A paixão de um foi suficiente para engatilhar a paixão do outro, em meio a tantos ideais compartilhados, e Maria Fernanda passou a estudar sobre o BTC.

Desenvolvedor de Software, dentista e produtora de conteúdo

Lorenzo é desenvolvedor de software em período integral, estudante de ciência da computação e atualmente trabalha para uma empresa estrangeira, em regime remoto, já há 7 meses.

Maria Fernanda é formada em odontologia, fazendo residência em saúde da família, além de trabalhar com produção de conteúdo sobre Bitcoin nas redes sociais – tanto em seus próprios perfis (instagram e tiktok), como para a Criptomaníacos.

Ela diz que sempre teve vontade de unir sua paixão por odonto e bitcoin, mas não conseguia imaginar como poderia fazer isso, além do óbvio de, por exemplo, abrir um consultório e aceitar receber BTC como pagamento.

Bitcoin Smiles em El Salvador

Saiba mais: El Salvador é o primeiro país a adotar o bitcoin como moeda oficial

Foi então que conheceu o projeto BitcoinSmiles, apresentado por Lorenzo, que atua em El Salvador oferecendo serviços odontológicos gratuitos para a população carente do país.

Bitcoin Smiles começou em agosto de 2021, com o dentista local de El Zonte, Enrique Berrios e o desenvolvedor que contribui para projetos open-source relacionados ao bitcoin, Pavlenex.

A ideia inicial era levantar a quantia de 1 BTC através de doações para financiar um trabalho odontológico pontual na região, mas o projeto avançou e até hoje continua recebendo contribuição financeira de bitcoiners do mundo todo, mantendo ativo os serviços de saúde bucal em El Salvador.

Se quiser conhecer mais sobre o projeto e saber como pode contribuir, assista o vídeo e visite o website oficial do programa voluntário.

Maria Fernanda Luz é a primeira voluntária estrangeira “formal” para o projeto

Maria Fernanda Luz se inscreveu para o projeto e foi aprovada, sendo a primeira voluntária a ter sua participação formalizada, segundo Enrique.

A dentista bitcoiner ficará por um mês em El Salvador trabalhando como voluntária para o projeto, mas também terminando sua residência, que permite a prestação de serviço odontológico em qualquer lugar do mundo, por um mês, para se formar como residente.

Além de se demonstrar muito empolgada para realmente fazer a diferença na vida das pessoas através de sua profissão, melhorando a saúde bucal dos salvadorenhos, @mafeluzz também está ansiosa pela experiência em torno do Bitcoin que essa viagem proporcionará. E pretende se envolver com projetos educacionais locais.

“Quero conviver com eles, conversar com a população e mostrar para as pessoas fora de El Salvador como é a realidade daqueles que estão vivendo com o Bitcoin em seu dia-a-dia como moeda. Mostrar que isso pode acontecer e já acontece”.

– Maria Fernanda Luz

Já há 10 anos juntos, não seria agora que o casal bitcoiner iria se separar e, aproveitando seu trabalho remoto, @lorenzo_lmf vai acompanhar sua esposa nesta jornada de voluntarismo e conhecimento sobre a realidade do primeiro país a aceitar oficialmente o Bitcoin como moeda corrente.

Lorenzo pretende continuar prestando serviços para sua contratante, mas também quer se dedicar para contribuir de alguma forma com a comunidade do Bitcoin de El Salvador, de preferência com foco em sua área mais técnica. Seja configurando nodos, educando a população, conversando com as pessoas ou até mesmo com a ideia de levar alguns raspberry pi’s na bagagem, mostrando o quão fácil é rodar seu próprio node.

Ele parece muito empolgado com a ideia de conferir com seus próprios olhos, saindo a “bolha” (eco-chamber) do Twitter e vivendo a realidade da adoção de Bitcoin por si próprio.

“Espero ver com meus próprios olhos como está essa história da adoção do bitcoin em El Salvador (…) A melhor maneira de descobrir é ir e ver por conta própria. Ver se as pessoas entendem a diferença que isso pode fazer na vida delas.”

– Lorenzo

Casal bitcoiner e surfista

casal surfista, com roupas de surf e prancha, se preparando para entrar na água.

Além do posicionamento libertário e da paixão pelo Bitcoin, existe outra paixão que une este casal bitcoiner. O surf.

Eles adoram surfar no tempo livre e vão aproveitar a viagem para se divertir nas ondas das praias de El Salvador.

Lorenzo me contou que o país é muito conhecido na comunidade do surf como “terra da direita”, por oferecer ótimas “ondas de direita” – e não, não é o espectro político.

Uma “direita” no surf é a onda que se move para o lado direito e favorece o surfista que se posiciona com o pé direito na parte de trás, ficando com a barriga de frente para a onda. Este é o caso da Maria Fernanda, mas não do próprio Lorenzo, que surfa com o pé esquerdo atrás, o deixando de costas para a onda e criando maior dificuldade.

Lorenzo também contou que há alguns meses, quando administrava a pousada da família, atendeu um surfista que queria fazer uma reserva, mas estavam com dificuldades de processar a transação via fiat e acabou que fizeram sua reserva usando o Bitcoin.

O que achou da história dos dois? Vocês poderão acompanhar esta incrível experiência nas redes sociais de ambos, mas principalmente da @mafeluzz, que também compartilha muito conteúdo de qualidade educacional sobre o Bitcoin.

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