O mercado de criptomoedas alcançou mais de R$16 trilhões em capitalização de mercado (market cap), sendo que só o bitcoin já corresponde a R$5,5 tri desse montante. Por mais contraditório que pareça, o sucesso do mercado de criptoativos é, parcialmente, devido ao governo.
Não acredita? Veja o gráfico abaixo, ele mostra a correlação entre o preço do Bitcoin e a inflação monetária do M2 (a quantidade de dinheiro estatal circulante no mundo):
Correlação do Bitcoin com o Global Money Supply (M2 em USD) 👀 pic.twitter.com/vQ6ZbspLbA
— Mises Capital (@misescapital) October 25, 2021
Fica claro que, quanto mais dinheiro estatal no mundo (dólar, real, euro e outros), mais o bitcoin se valoriza.
Mas por que isso acontece?
Em um mundo onde os governos não contam com limites de gastos e podem imprimir dinheiro infinitamente, a escassez monetária vira não apenas uma qualidade desejada, mas necessária.
O bitcoin tem um limite de 21 milhões de moedas, das quais mais de 18 milhões (cerca de 90%) já foram mineradas. Se cada milionário quisesse comprar apenas 1 bitcoin, não existiria bitcoin suficiente para todos eles.
Como o Banco Central do Brasil está ajudando o Bitcoin?
Com inflação de preços em dois dígitos causada principalmente pelo descontrole fiscal e monetário do governo Bolsonaro, o Banco Central do Brasil e todos os órgãos estatais estão fazendo um grande favor para a população brasileira.
Eles mostram que não podemos confiar o dinheiro ao governo. Hiperinflação, confisco de dinheiro, corrupção na Casa da Moeda e concentração de renda, esses foram alguns dos resultados econômicos dos últimos 30 anos.
Já mostramos aqui no Cointimes que o governo Bolsonaro imprimiu mais dinheiro em 3 anos que Lula em 7, isso pois estamos lidando com um governo “liberal”.
O resultado? Fome, miséria e a “venezuelização” do Brasil.
Entretanto, o povo está aprendendo a desconfiar da moeda estatal e o bitcoin já superou os R$370.000,00 e se encaminha para chegar a meio milhão de reais, segundo alguns especialistas.
Até o momento, a moeda brasileira se desvalorizou 99,52% em relação ao Bitcoin.
Mas você pode falar que a inflação de preços é global e estará certo. Contudo, o Brasil se destaca e tem a segunda maior inflação do G20 e uma das maiores do mundo.
Brasil, o “alcoólatra” da inflação
E se você acredita que o problema já passou e vai se normalizar, meus pêsames, pois nem o ex-presidente do BC tende a acreditar nisso. Segundo Gustavo Franco, o Brasil é como um ex-alcoólatra da inflação.
“O número de dois dígitos de inflação anual é perigoso para um ex-alcoólatra como o Brasil.”
A grande questão é que os economistas dos BCs sabem muito bem que a inflação monetária geralmente (ou quase inevitavelmente) causa inflação de preços. Para boa parte deles, essa alta de preços é um recurso necessário para reaquecer a economia.
Entretanto, como todos podem ver no preço dos produtos e nas estimativas de crescimento do PIB, a estratégia não está funcionando e a inflação está saindo do controle, superando muito a meta do BCB e de parte dos Bancos Centrais do mundo.
Inflação Brasileira = 1,25% (enquanto mercado esperava alta de 1,06%).
— Marilia Fontes (@mariliadf2) November 10, 2021
Inflação americana = 0,9% (enquanto mercado esperava alta de 0,6%).
Tá feia a coisa no mundo todo!
Se você quer se salvar do Titanic econômico brasileiro, talvez tenha chegado a hora do plano B.