Em mais um paradoxo governamental, reguladores que possuem criptomoedas não poderão mais decidir sobre as regras que envolvem o mercado. Enquanto isso, o FED, um cartel bancário dos maiores holders de USD, continuam influenciando ativamente o dólar.
Governo proíbe holders de regularem cripto
O US Office of Government Ethics, ou Escritório de Ética do Governo dos EUA, decidiu que é considerado antiético que autoridades, reguladores e políticos que possuem grandes quantidades de criptomoedas possam ter qualquer influência em decisões que possam afetar o mercado.
A exceção – totalmente arbitrária – fica para agentes federais que possuem menos de US $50.000 investidos em fundos mútuos, desde que estes fundos não tenham como objetivo principal o investimento em cripto. Ótima notícia para os fundos tradicionais que poderão continuar dominando o mercado através de lobby e atendendo políticos e reguladores como clientes. Um show de ética! *contém sarcasmo.
A iniciativa surgiu com o recente observado aumento de tentativas da indústria blockchain em se aproximar dos reguladores, já que doações políticas originadas de instituições relacionadas com projetos de criptomoedas ultrapassaram os US $26 milhões em 2021. Então existe uma justificativa ética plausível.
A pergunta que fica é: quando que o escritório de ética irá perceber que o mesmo fenômeno ocorre em todas as indústrias e que, de maneira geral, regulações são afetadas por interesses financeiros?
FED segue regulando sobre o dólar
A maior ironia em toda essa situação, paira sobre o Federal Reserve (FED) sendo o maior influenciador regulatório de políticas monetárias do país dono da moeda com maior influência na economia mundial – o dólar.
Muitos pensam que o FED é uma autarquia pública, como o Banco Central do Brasil, mas seu funcionamento é um pouco diferente e possui tanto natureza pública, como privada.
O nome completo da instituição é Federal Reserve Board, que significa Conselho das Reservas Federais e é composto por um Conselho de Governadores mais 12 presidentes representantes de Bancos regionais dos Estados Unidos, além de numerosos representantes de bancos privados.
De maneira geral, este conselho é formado pelas maiores “baleias” de dólar do mundo.
E é no Federal Reserve onde são tomadas decisões de políticas monetárias, como impressão de novas moedas, aumento do supply financeiro do dólar, flexibilidade dos limites de reservas bancárias e também das taxas de juros.
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